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São Tomé e Príncipe em "estado de calamidade" devido a chuvas torrenciais

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Foto AFP

O Governo são-tomense decretou estado de calamidade por 15 dias, devido às chuvas torrenciais que atingiram o país na terça-feira e que tiveram "consequências bastante gravosas", incluindo pelo menos um morto e desaparecidos, anunciou hoje o primeiro-ministro.

"O país foi ontem, dia 28 de dezembro, fustigado por chuvas torrenciais com consequências bastante gravosas ao nível nacional", disse o chefe do executivo, Jorge Bom Jesus, numa declaração após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

"Decidimos declarar estado de calamidade para os próximos 15 dias. Acionámos um fundo de contingência para fazer face às despesas e poder apoiar nalguns casos algumas famílias", referiu.

O primeiro-ministro lamentou "a perda de uma vida humana e alguns desaparecidos" e deu conta de estradas cortadas de norte a sul do país, pontes partidas e deslizamentos de terras.

Em declarações hoje de manhã à Lusa, o comissário da Proteção Civil, Edson Bragança, tinha referido que as chuvas intensas provocaram a morte de duas crianças, tendo um dos corpos sido já recuperado.

Bom Jesus adiantou que foi criada uma equipa "para proceder ao levantamento dos danos causados pela intempérie".

"Neste momento estamos de facto a tomar todas as medidas necessárias. As equipas estão a trabalhar. Ainda esta tarde estaremos no terreno", garantiu o primeiro-ministro, adiantando que estão a ser mobilizados o setor privado e as forças militares e paramilitares.

"Tudo no sentido de podermos mitigar o sofrimento das pessoas e podermos reatar a normalidade", salientou.

Sobre o fundo acionado, Bom Jesus referiu que o Governo está "a contar com o apoio dos parceiros de desenvolvimento".

"É um momento em que toda a solidariedade é necessária", sublinhou.

Sobre a situação do país, o governante referiu que a estrada do sul da ilha de São Tomé está cortada e foram deslocados meios para o local para desobstruir a via.

No rio da Água Grande, "os trabalhos começaram ainda esta manhã" e no norte da ilha há "várias pontes partidas e deslizamentos de terra", estando igualmente a ser mobilizados meios.

Na sua mensagem, o chefe do Governo deu ainda conta que o ministro da Saúde, Edgar Neves, destacou a subida de casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e que o executivo está a preparar "medidas mais restritivas para proteger a população", um assunto que será "analisado com maior profundidade" na quinta-feira, numa reunião do Conselho de Ministros.

Hoje à tarde, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Edite Ten Jua, deverá reunir-se com o corpo diplomático.