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EUA manifestam intenção de "estreita colaboração" com aliados europeus

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A vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, transmitiu hoje aos países da NATO o resultado das conversações sobre a Ucrânia mantidas na segunda-feira com o seu homólogo russo, manifestando a intenção de Washington em "colaborar estreitamente" com os aliados.

A principal negociadora dos Estados Unidos da América (EUA) neste 'dossier' encontrou-se com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e os embaixadores dos países que integram a organização na sede da Aliança Atlântica em Bruxelas, um dia após as conversações mantidas em Genebra (Suíça) com o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Riabkov, que não permitiram qualquer progresso concreto em torno da situação da Ucrânia.

Para quarta-feira está prevista em Bruxelas uma reunião do Conselho NATO-Rússia, e de seguida um encontro na quinta-feira da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a plataforma de diálogo este-oeste herdeira da Guerra fria.

Diversos responsáveis europeus lamentaram que Washington assuma a chefia das negociações com Moscovo, por recearem ser marginalizados das tentativas em curso para tentar diminuir as tensões na fronteira com a Ucrânia e evitar um confronto com a Rússia.

No entanto, Wendy Sherman assegurou, através da rede social Twitter, que os EUA estão "determinados em trabalhar em estreita colaboração com os seus aliados e parceiros com o objetivo de encorajar a desescalada e responder à crise securitária provocada pela Rússia".

Sherman também acrescentou que, juntamente com Jens Stoltenberg, "reafirmámos uma abordagem unificada da NATO face à Rússia, efetuando o equilíbrio entre dissuasão e diálogo, e sublinhámos o nosso apoio indefetível à Ucrânia".

Numa mensagem dirigida à vice-ministra dos Negócios Estrangeiros ucraniana, Emine Djaparova, também assegurou a Kiev e aliados que "não tomará decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".

Em paralelo, a partir de Kiev, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, assinalou que a Rússia "não tem direito de voto" em relação a uma eventual adesão da Ucrânia à NATO, num momento em que Moscovo exige garantias de um não alargamento da Aliança Atlântica para leste.

"A Rússia não tem o direito de voto sobre uma adesão da Ucrânia à NATO. É uma linha vermelha que não será ultrapassada nem pela Ucrânia nem pelos seus parceiros" ocidentais, declarou Kuleba ao site BBC-Ukraine.

"O Ocidente não aceitará fornecer à Rússia 'garantias jurídicas' sobre o não alargamento da Aliança a leste porque isso seria o seu falhanço estratégico", precisou.

Acusou ainda a Rússia de ter iniciado estas negociações para "subir até ao máximo as suas reivindicações, mas com exigências inaceitáveis desde o início".

Moscovo, acusado por norte-americanos e europeus de preparar um ataque contra o seu vizinho ucraniano, aliado dos ocidentais, desmente qualquer intenção de invadir a Ucrânia.

As autoridades russas asseguram que o deslocamento de dezenas de milhares de soldados russos para as proximidades da fronteira comum foi uma reação à crescente e hostil presença da NATO no que Moscovo considera como a sua zona de influência.

Os ocidentais também ameaçam Moscovo com pesadas sanções económicas em caso de agressão, enquanto a Rússia também tem insistido na necessidade de garantias sobre o fim do alargamento da NATO às suas fronteiras, em particular à Ucrânia.