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And the Winner is...?

Pedro Calado.

Pedro, pois, organizou a campanha mais bem montada pelo PSD numa geração, com os meios, as figuras de renome e propostas. Muitas. Sejam elas estratégicas, circunstanciais ou meramente eleitorais.

Pedro afirmou, com toda a clareza, que tem um projeto pessoal, que passa primeiro pela Câmara do Funchal, mas que continua pela sucessão de Miguel Albuquerque.

Pedro, pois a população reconheceu-lhe mérito em reorganizar o Governo Regional em 2017. E, de certa maneira, em reinstituir as prioridades “jardinistas” na estratégia e no dia a dia do Governo.

Pedro, escrevi neste diário há um ano, era a única pessoa do PSD capaz desta vitória. E aconteceu.

Célia Pessegueiro.

Célia provou que na política a resiliência é fundamental. Conquistou um Concelho profundamente laranja. Silenciou os Barões locais do PSD. Soube piscar o olho aos votantes centristas. Veio para ficar, na Ponta do Sol e, possivelmente, mais além.

Márcio Dinarte.

Márcio é um jovem, é perspicaz e humilde. Postulou que é melhor estar sozinho do que mal-acompanhado. Provou ao seu antecessor que tem vida própria. Ao CDS, que tem coragem. A vitória é muito mais sua do que do seu partido. Veio para ficar, em Santana e possivelmente, a seu tempo, mais além.

Outros também ganharam algo

Miguel Albuquerque inverteu o ciclo de derrotas eleitorais autárquicas da última década. Isto ao mesmo tempo que ficou a conhecer o seu sucessor. Continuará a governar, mas já sem a ajuda do seu timoneiro.

Filipe Sousa provou que o reduto “Gaulês” está de boa saúde apesar de não ser reprodutível noutros concelhos. Terá agora que preparar um sucessor, o que digamos, nem sempre é fácil.

Rui Barreto provou que o CDS está bem-adaptado à vida em coligação. E a vitória no Funchal também é sua pois, sem os votos centristas, o vencedor seria muito incerto. Fora do Funchal o cenário é mais complicado. O trabalho de décadas de vereação na Calheta e em Câmara de Lobos acabou sem glória. Em Santana e Ponta do Sol, Márcio Dinarte e Sara Madalena, provaram que tinham razão em não querer núpcias com os sociais democratas.

E será que Miguel Albuquerque precisa, e quer, repetir a coligação. E o CDS terá vida para além da coligação? Desafios para os verdadeiros líderes se revelarem.

Paulo Cafofo esteve há 2 anos a cerca de 1% de ser Presidente do Governo. Mostrou ao PS o caminho a ser percorrido agora por outros. Saí, mas sereno creio.

Miguel Gouveia sai derrotado apesar de repetir a votação de Cafofo há 4 anos. Apesar de igualmente competente, a sua postura transpareceu ser a antítese da de Pedro Calado. Noutras circunstâncias e noutro tipo de eleições, certamente teria sido bem-sucedido.

Os meus parabéns aos vencedores, o conforto aos perdedores e resiliência aos restantes.