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CMF e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves desenvolvem projecto para conservar Patagarro

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A Câmara Municipal do Funchal informa que conseguiu ter acesso a um instrumento financeiro, da Comissão Europeia, para a execução, actualização e desenvolvimento das políticas e Estratégias Europeias na área do Ambiente. O projecto 'LIFE4BEST Puffinus' está assim a decorrer no Parque Ecológico do Funchal, realizado em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Em nota enviada à comunicação social, a autarquia explica que o controlo de plantas invasoras e as acções de reflorestação levada a cabo por parte do município do Funchal na infraestrutura municipal têm contribuído para a recuperação do coberto vegetal do Maciço Montanhoso Oriental, que diz respeito à área de nidificação do Patagarro.

"Os incêndios que ocorreram em 2010 pintaram de negro 95% da área do Parque Ecológico do Funchal e nesse sentido, ao longo da última década, foram desenvolvidos vários projectos para recuperar os habitats de altitude", recorda o município. 

A espécie do Patagarro, desconhecida por grande parte da população, distribui-se no Atlântico Norte onde, em pequenos ilhéus e ravinas no interior das ilhas (como é o caso da Ribeira de Santa Luzia), encontram um habitat seguro para a sua nidificação. É neste vale, protegidos da acção predatória de gatos e ratos que constroem o seu ninho e seguem com o seu ciclo reprodutor.

Com efeito, desde Julho, o Patagarro é a principal personagem de um novo projecto na Região. Através de financiamento ao abrigo do programa 'LIFE4BEST' destinado às Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, estão planeadas acções de controlo de invasoras e plantação de espécies nativas, juntamente com a recuperação de trilhos que permitirá melhorar os acessos à colónia de patagarro, serão promovidas no local.

O projecto, resultado de uma parceria da Câmara Municipal do Funchal e da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), testará, assim, várias metodologias de censo e monitorização de aves marinhas, facilitando o acompanhamento do ciclo reprodutor com perturbação mínima nos poucos indivíduos existentes nesta colónia. O projecto decorre até  Junho de 2022.

A instalação de gravadores autónomos e técnicas de visão nocturna avançará no início do próximo ano, com a chegada dos primeiros adultos. Até lá, os técnicos da CMF e da SPEA estarão no terreno a conhecer melhor a distribuição e o impacto dos predadores no local e a contribuir para que o Parque Ecológico do Funchal disponha das condições para receber esta que é uma das aves menos conhecidas no arquipélago e um dos símbolos do Parque.