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Supremo Tribunal grego investiga possível origem criminosa dos incêndios

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O Supremo tribunal grego ordenou hoje uma investigação para averiguar se os graves incêndios que arrasaram dezenas de milhares de hectares de floresta e deixaram centenas de famílias sem casa foram provocados por membros de uma organização criminal.

De acordo com o procurador do Supremo tribunal, Vassilios Pliotas, as suspeitas são motivadas pela "sincronização" do "excessivo número de incêndios, de uma intensidade e extensão inabitual, que ocorreram nos últimos dias, resultando num dano incalculável para o meio ambiente e em especial para a riqueza florestal do país, edifícios, terrenos e colheitas agrícolas, assim como na infraestrutura turística".

Os incêndios que se iniciaram há uma semana já provocaram dois mortos. O segundo óbito ocorreu hoje, quando um homem de 70 anos que ajudava no combate às chamas em Eratini, no golfo de Corinto, caiu com a sua escavadora numa ravina.

O primeiro morto também se verificou durante os trabalhos de extinção, quando um bombeiro voluntário de 38 anos foi atingido por um poste eléctrico de alta tensão quando enfrentava um incêndio nos subúrbios do norte de Atenas.

Ainda hoje, o comandante da aviação das Forças armadas demitiu-se devido à gestão dos trabalhos de extinção.

Segundo diversos 'media' locais, o estado-maior militar está a investigar a forma como foram utilizados os helicópteros militares Boeing CH-47 Chinook na luta contra os fogos que calcinaram pelo menos 65.000 hectares.

Nos últimos dias têm-se sucedido as críticas ao Governo por falta de meios e a impreparação e negligência das autoridades, em particular no incêndio da grande ilha de Eubeia, a segunda maior do país, que continua fora de controlo apesar do reforço das equipas de combate, mas com os trabalhos dificultados pelo denso fumo e as turbulências motivadas por uma excessiva carga térmica.

Thodoris Keris, presidente do município de Rovies, no norte de Eubeia, disse na televisão privada Mega que se calcula que 90% dos recursos da zona, basicamente sustentada pelo turismo e a agricultura, foram destruídos e assegurou que diversos habitantes da ilha estão a preparar uma acção judicial conjunta.