Eleições Autárquicas Madeira

Ponta-solenses pedem “obras pontuais” e “mais diálogo”

A 'Volta à Ilha' desta segunda-feira passa pela freguesia da Ponta do Sol. Na vila há movimento e desenvolvimento, mas as zonas altas pedem a mesma atenção.

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Na ‘porta de entrada’ da freguesia da Ponta do Sol, o Lugar de Baixo, os moradores e os visitantes dão de caras com uma “marina ao abandono”, com “ferros aos montes” na beira-mar e com esquecimentos que vão aumentando à medida que se sobe para as zonas altas.

Os moradores da freguesia da Ponta do Sol, mais concretamente aqueles que residem no Lugar de Baixo, apontam vários problemas, a começar pelo trânsito e a acabar na conhecida marina, que hoje não é mais do que um “monte de betão” ao abandono.

Para José Alberto Reis, as falhas são atribuídas não só à Câmara Municipal da Ponta do Sol, nas mãos dos socialistas, como também ao Governo que tem bloqueado investimentos no concelho. “Há falta de diálogo entre as instituições que nos governam e o povo é o maior prejudicado”, diz, lamentando que os eleitos pelo PSD também não lutem pela freguesia.

O problema do trânsito no Lugar de Baixo não é novo, um semáforo à saída do túnel, para quem vem da Tabua, obriga a reduzir a velocidade, mas “é só naquele instante”. Depois, aponta o técnico superior, “é só acelerar e os camiões quando passam a alta velocidade fazem estremecer as casas à volta”. Uma situação que se repete com a forte agitação marítima, que acaba por encontrar como barreira a estrutura da Marina do Lugar de Baixo.

Uma “lagoa abandonada”, a beira do mar “cheia de ferros”, a oferecer perigo para quem frequenta a praia, e a construção de casas junto ao ribeiro são outras das críticas apontadas a esta zona baixa da freguesia da Ponta do Sol.

Mais no alto, na zona da Carreira, que é muito procurada pelos turistas e residentes para caminhada pelas levadas, bem como tem uma grande zona habitacional, é preciso uma caixa multibanco. "Não faz sentido que as pessoas tenham de se deslocar ao centro da vila para aceder ao multibanco", observa Albertina Faria. Uma "pequena" decisão que ia fazer a diferença até para o comércio local.

Nos sítios mais no alto, de que é exemplo a zona da Lombada, pedem uma recolha de lixo mais regular e mais ecopontos. "Não vale a pena falar em reciclagem e depois não dar condições aos munícipes", denuncia a professora.

A aposta deve recair igualmente numa nova escola primária, uma vez que a actual “já não tem condições”, por já não conseguir responder às necessidades da localidade. Alberto Reis entende mesmo que a localidade está bem servida com uma escola secundária e várias funcionalidades.

Mesmo na vila, junto a uma paragem de autocarro, Isabel Jesus pede o reforço das carreiras de transportes públicos. “Os autocarros não sobem cheios e dizem que não dá para a despesa, mas as pessoas precisam de fazer as suas voltas”. “É preciso carro… para ir aos bancos, aos correios, ao centro de saúde, à segurança social, etc.", aponta a ponta-solense, há alguns anos na reforma.

Uma outra freguesa aproveita a conversa e aponta que até tem havido algumas obras na freguesia, que têm servido para melhorar acessos e veredas. “Só é pena que esperem pelas eleições” para resolver coisas que foram apontadas há muito tempo, critica.

Na freguesia da Ponta do Sol, e críticas à parte, também destacam a aposta na frente-mar e os estabelecimentos comerciais na 'zona velha', ainda que ao nível dos estacionamentos nem sempre seja fácil, sobretudo por altura balnear.