Mundo

Presidente moçambicano e da SADC expressa pesar e preocupação com economia

Foto: EPA/STR
Foto: EPA/STR

Filipe Nyusi, chefe de Estado moçambicano exprimiu hoje "preocupação e pesar" para com a África do Sul enquanto presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), numa declaração sobre a violência que tem assolado o país.

A SADC "expressa a sua preocupação e pesar pela alegada perda de vidas e destruição indiscriminada de propriedade durante os recentes protestos na República da África do Sul", lê-se no documento.

Os distúrbios violentos, saques e pilhagens são "uma ameaça à vida humana, mas também geram instabilidade, asfixiam o crescimento económico, amplificam os riscos e impedem o tão necessário retorno do investimento", pelo que "a SADC condena veementemente estes ataques a propriedades, negócios e pessoas".

A situação agrava "os impactos devastadores da pandemia de covid-19, que já sobrecarrega a maioria da população com dificuldades sem precedentes", sublinhou.

"Dada a posição estratégica da África do Sul na economia regional, se a atual agitação não for controlada, terá um impacto negativo na cadeia de abastecimento de bens essenciais da região, abrandará as principais rotas comerciais, reduzirá as oportunidades de emprego e ameaçará infraestruturas vitais, não só da África do Sul, mas também da SADC, no seu todo", acrescentou Nyusi.

A declaração detalha que "se a violência persistir, a recuperação projetada para a região e o crescimento previsto de 2% em 2021 e 3,2% em 2022, pode não ser alcançável", constituindo "um grande revés para os esforços de reconstruir as economias após a pandemia".

A SADC declara-se solidária com o Governo da África do Sul, enaltecendo o seu papel "de proteger a população civil" e "insta as lideranças e os cidadãos a primarem pelo diálogo construtivo com vista a resolver a crise".

A instabilidade na África do Sul eclodiu depois da detenção do antigo chefe de Estado, Jacob Zuma, na noite de 07 de julho, para cumprir 15 meses de prisão por desrespeito ao tribunal, ao recusar repetidamente cumprir a citação que lhe exigia o testemunho em investigações de corrupção.

Oito dias de extrema violência concentrada nas províncias de Gauteng e KwaZulu-Natal causaram pelo menos 212 mortos e mais de 2.550 detenções.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, considerou hoje, ao visitar pela primeira vez as áreas afetadas na cidade portuária de Durban (KwaZulu-Natal), que as ações de violência, saques e intimidação foram "instigadas, planeadas e coordenadas".

Por sua vez, a ministra na Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, garantiu um gradual regresso à normalidade e explicou que o Governo destacou militares para outras zonas do país, por não querer "que as pessoas que estão a instigar a violência se aproveitem das outras províncias", sem avançar mais detalhes.

"O número de militares destacados aumentou para 25.000", referiu.