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Marta Temido aponta para continuação das restrições em Lisboa

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Foto Lusa

A ministra da Saúde disse hoje que a situação epidemiológica da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo deve traduzir-se na continuidade da aplicação das medidas de restrição em vigor.

"Os números neste momento levam a sugerir que a situação de Lisboa ainda não esteja ultrapassada", o que leva a que "as medidas específicas tenham de se manter, como se mantiveram em outros pontos do país quando estavam em situação de risco especial" na evolução epidemiológica, disse Marta Temido em declarações à margem da apresentação do Relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS).

"Temos de estar conscientes de que estamos a lidar com um fenómeno cuja evolução ainda se reveste de muitas incertezas. Não é possível garantir que o futuro seja desta ou daquela maneira, o que podemos garantir é que tudo faremos para que isso não seja necessário, mas conhecemos a nossa realidade. Os números continuam a aumentar, ainda não estamos num momento em que estejamos a vê-los decrescer e, portanto, temos de estar atentos", adiantou a ministra.

Sublinhando a importância da vacinação, da testagem e de "algumas medidas não farmacológicas", a governante reagiu também à crítica da chanceler alemã Angela Merkel a propósito da abertura de Portugal para acolher a final da Liga dos Campeões de futebol e, consequentemente, milhares de adeptos ingleses.

"O controlo dos movimentos de circulação das populações é um dos desafios que enfrentamos. Estamos numa fase de combate à pandemia em que cada vez mais há uma apetência por retomar uma vida normal e isso é uma dificuldade. Se soubéssemos tudo o que sabemos hoje poderíamos ter atuado em determinados momentos de outra maneira? Provavelmente, sim, mas não é possível reescrever a história", disse.

Marta Temido repetiu também a ideia de que o país procura "ganhar algum tempo através de medidas não farmacológicas", como o uso de máscara e o distanciamento, para poder vacinar mais pessoas e apelou à população para realizar testes com regularidade, embora sem definir uma periodicidade fixa.

"Aquilo que pedimos é que, neste momento, beneficiando daquilo que é a gratuitidade de testes em muitos pontos ou da possibilidade de prescrição que existe através dos serviços de saúde, as pessoas que ainda não estão vacinadas possam realizar um teste antes de se submeterem e submeterem os outros a uma exposição que possa ser de risco", concluiu.

Em Portugal, morreram 17.077 pessoas e foram confirmados 868.323 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.