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Governo do Chade diz que rebeldes estão em "debandada"

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O novo governo do Chade, nomeado após a morte do Presidente, Idriss Déby Itno, disse ontem que os rebeldes estão em "debandada", depois de terem lançado uma ofensiva durante as eleições presidenciais do mês passado.

Os rebeldes da Frente para a Alternância e Concórdia no Chade (FACT) iniciaram uma ofensiva em 11 de abril, dia das eleições presidenciais. No dia seguinte, o Presidente Déby Itno foi morto na linha da frente em combates entre o exército e estes rebeldes na região de Kanem, junto à fronteira com o Níger.

"As forças de ordem estão no meio de uma inspeção à área de operação. A maioria dos prisioneiros estão nas mãos da polícia militar e estão a ser bem tratados. O inimigo está em debandada", afirmou o recém-nomeado ministro da Defesa, Brahim Daoud Yaya, numa conferência de imprensa.

Citado pela agência France-Presse (AFP), Daoud Yaya, que foi nomeado para o cargo no domingo, rejeitou qualquer negociação com o grupo armado.

"Nunca iremos dialogar com terroristas", acrescentou.

Sediada desde a sua criação, em 2016, na Líbia, a FACT realizou a ofensiva passando primeiro pelo Chade.

O ministro da Defesa rejeitou acusar a Líbia de apoiar o grupo, assinalando que, embora o país seja "o bastião dos terroristas", "não existe um Estado na Líbia".

O Exército anunciou, no dia anterior ao anúncio da morte do antigo chefe de Estado, ter matado 300 rebeldes e capturado outros 246, entretanto encaminhados para N'djamena.

Em 20 de abril, o porta-voz do exército, Azem Bermando Agouna, anunciou a morte de Idriss Déby Itno, a revogação da Constituição, a dissolução do Governo e do parlamento e a criação do Conselho Militar de Transição (CMT), um órgão liderado por Mahamat Idriss Déby, filho de Déby Itno, e composto por outros 14 generais.

Mahamat Idriss Déby assumiu então o título de Presidente da República do Chade e prometeu eleições "livres e democráticas" no espaço de 18 meses.

No domingo, Mahamat Idriss Déby designou por decreto 40 ministros e secretários de Estado, tendo sido ainda anunciado um novo ministério da Reconciliação Nacional e do Diálogo.

O novo cargo da Reconciliação Nacional e do Diálogo foi atribuído a Acheick Ibn Oumar, antigo chefe rebelde que em 2019 se tornou conselheiro diplomático da presidência.

O cenário político no Chade tornou-se incerto depois da morte de Déby Itno, que liderou o país com punho de ferro durante 30 anos.

Vários partidos da oposição, incluindo o principal opositor, Saleh Kebzabo, juntaram-se ao governo de transição, tal como Mahamat Ahmat Alhabo, outro opositor, que foi nomeado ministro da Justiça.