As UBERS do Trabalho

O surgimento de negócios como o da Uber, que dependem quase exclusivamente de trabalho independente, fez crescer a preocupação de se estar a entrar numa nova era de trabalho informal, com a expansão do autoemprego, dos freelancers,do trabalho temporário.

É um fenómeno da qual a startup é o melhor exemplo, mas não é o único. Inclui outras plataformas digitais.

Estamos na presença do tipo de empresas que prosperaram quando o mercado de trabalho está em crise. É um debate que terá de ser feito, que vai muito para além da querela que opõe os táxis e a Uber pelo controlo do mercado de transporte individual de passageiros e que tem raízes mais profundas, um debate sobre o futuro das relações laborais entre aqueles que sustentam que não é possível atrasar o relógio da nova economia e os que defendem, como eu que esta revolução industrial dos nossos tempos,vai levar a uma inevitável degradação dos direitos dos trabalhadores nesta e noutras indústrias.

Dirão muitos defensores desta economia de partilha, mas sem o equilíbrio adequado irão voltar ao início do século XX.

A Uber não tem carros,da mesma forma que a Airbnb não é dono de nenhuma das casas na sua plataforma, nem o Booking tem qualquer hotel.

A Uber é uma empresa que promove o trabalho precário e sem regras.

José Berenguer