Ainda e sempre 25 de Abril

Na sua edição de domingo, o DIÁRIO honrou-nos com a publicação de um texto que quisemos trazer à nossa memória colectiva sobre a Revolução dos Cravos. Fizemos referência a uma florista, agora sabemos que a senhora chamava-se Celeste Caeiro. E não era vendedora de flores, mas cozinheira num restaurante junto à Av. da Liberdade. Esta correcção foi-nos feita por uma sobrinha, filha mais nova do meu saudoso irmão,

professor Eleutério de Aguiar.

Como nos relatou a Carla, esse restaurante faria um dos seus aniversários. O dono tinha comprado cravos para as clientes e charutos para os clientes. Por causa da Revolução, o estabelecimento não abriu ao público. Daí que a D. Celeste perguntou o que fazer com os cravos, ao que o patrão disse para os levar.

«Quando a D. Celeste estava a ir para casa, próximo do Largo do Carmo, um dos militares que estava em cima dum tanque perguntou se ela tinha água ou qualquer coisa para beber. Ela respondeu: água não tenho mas posso dar-lhe este cravo. Ele põe o cravo no cano da espingarda. Os outros acharam graça e, então, ela foi distribuindo os cravos pelos militares e pessoas.» Enfim, a senhora ficou mais na história de Abril como florista mas era cozinheira. «Nós conhecemo-la quando já vivíamos na Cardal de São José. A minha filha Inês convidou-a para ir à escola dela, no 4.º ano, para falar sobre isso», sublinhou.

Carlos de Aguiar