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Lucro do Santander Totta recua 43,9% e soma 295,6 milhões de euros em 2020

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O lucro do Santander Totta recuou 43,9%, para 295,6 milhões de euros, em 2020 face ao ano anterior, evidenciando a "resiliência da conta de exploração" num ano marcado pela pandemia, divulgou hoje a instituição.

"Os recursos de clientes totalizaram 43,3 mil milhões de euros, um incremento de 1,9% face ao mesmo período do ano passado, evolução determinada pelo aumento de 2,3% em depósitos", salienta o banco em comunicado.

Segundo precisa, o resultado líquido de 2020 inclui um encargo extraordinário no valor de 46,2 milhões de euros (líquido de impostos), registado no quarto trimestre, pelo que o resultado líquido recorrente ascendeu a 341,8 milhões de euros (-35,2% face a 2019).

"Os resultados do banco em 2020 foram fortemente afetados, tal como esperado, pela pandemia covid-19. Mas, apesar do ano desafiante que tivemos de enfrentar, estes resultados só foram possíveis porque o Santander é um banco sólido, com elevados níveis de capitalização, os melhores 'ratings', uma forte reputação e preparado para enfrentar os desafios da transformação do nosso modelo de negócio", afirma o presidente executivo do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, citado no comunicado.

No ano passado, o total de crédito a clientes foi de 42,7 mil milhões de euros, uma subida de 6,8% face ao período homólogo que reflete "a aplicação de moratórias ao crédito a famílias e empresas e a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia e a nova produção de crédito hipotecário".

O rácio de eficiência situou-se em 43,8%, em linha com o período homólogo, e o rácio Common Equity Tier 1 (CET 1 - 'fully implemented') - que estabelece um nível mínimo de capital em função dos requisitos de fundos próprios decorrentes dos riscos associados à atividade - foi de 20,6%, ficando 5,6 pontos percentuais acima face ao final de 2019.

O produto bancário do Santander Totta atingiu 1.317,7 milhões de euros, recuando 4,3% face a 2019, e os custos operacionais diminuíram 4,5%, totalizando 577,2 milhões de euros, "refletindo a redução em 6,2% dos custos com pessoal e em 4,0% dos gastos gerais".

O resultado de exploração caiu 4,2%, mantendo-se o rácio de eficiência estabilizado em 43,8%.

A margem financeira diminuiu 8,1%, para 786,6 milhões de euros, explicando o banco que esta evolução "é fruto, essencialmente, da redução dos 'spreads' do crédito, por contexto concorrencial ainda elevado, da descida das taxas de juro de curto prazo, da diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado e, ainda, da gestão da carteira de dívida pública".

A imparidade líquida de ativos financeiros ao custo amortizado ascendeu a -187,6 milhões de euros, "refletindo a incorporação da componente 'forward looking' do cenário macroeconómico mais adverso".

O banco explica que "esta evolução reflete um reforço preventivo, na medida em que a qualidade creditícia permanece sólida", com o rácio de NPE ['Non-Performing Exposure'] a diminuir 0,6 pontos percentuais, para 2,6%, face ao período homólogo, situando-se a respetiva taxa de cobertura em 66,8%.

Em 2020, as quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação situaram-se em 18,4% e 24,1%, respetivamente.

O crédito à habitação ascendeu a 20.700 milhões de euros, mais 5,2%, e o crédito ao consumo recuou 1,5%, para 1.700 mil milhões de euros, devido à "redução da despesa discricionária das famílias".

Já o crédito a empresas atingiu 16,4 mil milhões de euros, o que representou uma subida anual de 6,7%, "associada às linhas protocoladas, incluindo as linhas criadas no âmbito da pandemia covid-19".

O número de clientes digitais aumentou 20% em termos homólogos, para 930 mil, e o número de clientes de banco principal teve um crescimento de 4,3%, atingindo os 812 mil.

As comissões líquidas ascenderam a 373,2 milhões de euros, decrescendo 1,9% face a 2019, refletindo "os efeitos da pandemia ao nível das comissões de meios de pagamento, que foram mais pronunciadas no segundo trimestre do ano".

No final de 2020, o número de cartões Santander digitalizados nas plataformas eletrónicas Apple, Garmin, Fitbit e Comércios Online ascendeu a 950 mil.