Brasil soma 1.910 mortes em 24 horas, maior número desde início da pandemia
Os dados fazem parte do último boletim epidemiológico difundido pelo Ministério da Saúde brasileiro, e mostram uma segunda vaga da pandemia mais acentuada do que a primeira, cujo pico foi atingido em meados de julho último.
O Brasil contabilizou 1.910 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, o maior número desde o início da pandemia e que eleva o total para 259.271 vítimas mortais, informou o Governo brasileiro.
Este é o segundo recorde consecutivo de mortes que o Brasil regista em 48 horas. Na terça-feira, o país sul-americano somou 1.641 óbitos, menos 269 face aos números de hoje.
No momento em que vários especialistas em saúde afirmam que este é o pior momento da crise no Brasil, a Nação, com cerca de 212 milhões de habitantes, registou ainda 71.704 novos casos de infeção nas últimas 24 horas, o segundo número mais alto de sempre, depois de 07 de janeiro, quando se contabilizaram 87.843 diagnósticos de covid-19.
No total, o Brasil concentra 10.718.630 casos de infeção desde que a pandemia chegou a território brasileiro, há pouco mais de um ano.
Os dados fazem parte do último boletim epidemiológico difundido pelo Ministério da Saúde brasileiro, e mostram uma segunda vaga da pandemia mais acentuada do que a primeira, cujo pico foi atingido em meados de julho último.
A taxa de incidência da covid-19 em território brasileiro é hoje de 123 mortes e 5.101 casos por 100 mil habitantes.
Geograficamente, São Paulo é o foco da pandemia, ao ser responsável por 2.068.616 casos e 60.381 mortes do total de todo o país.
Depois de São Paulo, Minas Gerais (893.645), Bahia (694.783) e Santa Catarina (688.600) são os Estados que concentram mais infeções.
Já as Unidades Federativas com mais óbitos, também depois de São Paulo, são Rio de Janeiro (33.362), Minas Gerais (18.872) e Rio Grande do Sul (12.833).
O total de recuperados da doença em solo brasileiro aproxima-se de 9,6 milhões.
Desde há um mês e meio que a média diária de mortes pelo novo coronavírus não cai para menos de mil e a de infeções se situa em 50 mil, dados que confirmam o agravamento da pandemia no país.
Além disso, o Brasil lida ainda com a nova estirpe detetada no Amazonas (P.1), que já se espalhou pelo território nacional e que, segundo o próprio Ministério da Saúde brasileiro, é pelo menos "três vezes mais contagiosa" do que a original.
O agravamento da pandemia nas últimas semanas deixou a rede de saúde pública e privada do país perto de um colapso, o que obrigou várias cidades a transferir os seus doentes e governadores e prefeitos a adotarem fortes medidas restritivas.
Nesse sentido, São Paulo, Estado mais rico e populoso do Brasil, entrou na "fase vermelha" do seu plano de contenção da doença, que autoriza apenas o funcionamento de setores essenciais como saúde, transportes, supermercados, escolas e templos religiosos.
A cada dois minutos, um paciente solicita internação no Estado de São Paulo, indicou o governador, João Dória.
Apesar do agravamento da pandemia, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem criticado as medidas de isolamento social decretadas por vários governadores e prefeitos, tem questionado a eficácia do uso de máscaras e das próprias vacinas, consolidando o seu posicionamento negacionista em relação à gravidade da covid-19.
No dia em que o Brasil bateu um novo recorde de mortes, Bolsonaro diz que foi "criado pânico" em torno da pandemia.
"Criaram pânico, não é? O problema está aí, lamentamos. Mas você não pode entrar em pânico. Que nem a política, de novo, do 'fique em casa'. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?", questionou hoje o mandatário, em declarações a apoiantes, em Brasília.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.549.910 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.