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Maduro prolonga emergência energética na indústria de hidrocarbonetos

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O Presidente venezuelano Nicolás Maduro prolongou hoje, por um ano, o estado de emergência energética na indústria de hidrocarbonetos, que vigora desde fevereiro de 2020, justificando a decisão na necessidade de tomar medidas para recuperar o setor.

"Prolongo a validade da declaratória da emergência energética de toda a indústria de hidrocarbonetos na Venezuela e prorrogo por doze meses a Comissão Alí Rodríguez Araque (CPARA), para que continue com o seu trabalho", disse.

A assinatura do decreto presidencial prolongando a emergência energética teve lugar na sede administrativa da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), em La Campiña, Caracas, durante a celebração do 1.º aniversário daquela comissão.

"Para prolongar a declaratória da emergência de toda a indústria de hidrocarbonetos e proceder a tomar todas as medidas correspondentes, e diria, audazes, para a recuperação integral, definitiva, enfrentando as medidas cruéis, unilaterais e sanções da era de (Donald) Trump", explicou.

Maduro adiantou que as sanções norte-americanas fizeram com que os detentores de títulos da dívida venezuelana deixassem de receber 110 mil milhões de dólares norte-americanos (aproximadamente 90,6 mil milhões de euros).

"Aos investidores estrangeiros, digo que as portas da Venezuela estão abertas para investimentos no setor petrolífero, do gás e demais hidrocarbonetos. Estamos abertos a qualquer negociação", disse Nicolás Maduro precisando: "Estamos a avançar graças à Lei Anti-bloqueio" impulsionada pelo seu Governo.

Por outro lado, o ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, disse que 2021 é o ano do "resgate progressivo" da indústria petrolífera e de hidrocarbonetos do país.

"A indústria petrolífera compromete-se com o país a conseguir produzir 1 milhão 508 mil barris de petróleo e 6 milhões de pés cúbicos por dia, este ano", afirmou.

Ao apresentar o balanço da CPARA, o ministro afirmou que as sanções internacionais "têm tido efeitos devastadores" no país ao "reduzir as receitas fiscais e impor restrições às empresas que mantinham uma relação com a PDVSA".

"Há um ano recebemos uma indústria petrolífera devastada. Hoje, após um ano, conseguimos importantes avanços para o resgate progressivo da indústria", frisou.

Segundo Tareck El Aissami, a comissão conseguiu desacelerar a queda abrupta da produção petrolífera, recuperar o sistema de processamento de gás e o sistema nacional de refinação.

Logrou também manter a continuidade operacional do setor petroquímico e regular progressivamente a comercialização de crude, considerou.

Em 19 de fevereiro de 2020 o Presidente Nicolás Maduro decretou o estado de emergência energética na indústria de hidrocarbonetos e anunciou a criação de uma comissão presidencial para reestruturar a petrolífera estatal.

"Declaro a emergência energética na indústria de hidrocarbonetos a fim de adotar medidas urgentes e necessárias para garantir a segurança energética nacional e proteger a indústria da agressão imperialista", anunciou Nicolás Maduro.

O anúncio foi feito na sede da Petróleos da Venezuela SA, durante um encontro com trabalhadores do setor petrolífero, um dia depois de os Estados Unidos aplicarem sanções contra a empresa Rosneft Trading SA, uma subsidiária da petrolífera estatal russa Rosneft, pelo apoio ao Governo venezuelano.