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ONU prevê ajuda humanitária a Moçambique de 343 milhões de euros no próximo ano

Foto KAREL PRINSLOO/UNCDF/AFP
Foto KAREL PRINSLOO/UNCDF/AFP

O Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) planeia dar assistência humanitária a mais de um milhão de pessoas em Moçambique, no valor de 343 milhões de euros, no próximo ano.

Os dados constam do relatório "Global Humanitarian Overview", divulgado hoje em Genebra e obtido pela agência Lusa, onde se pode ver que os requisitos para o Plano de Resposta Humanitária de Moçambique em 2022 são de 388,5 milhões de dólares (343 milhões de euros).

A ajuda humanitária do OCHA chegou a um milhão e duzentas mil pessoas em Moçambique em 2021, um número que deverá permanecer igual no próximo ano se os apelos forem financiados pela comunidade internacional.

"No norte de Moçambique, as organizações humanitárias aumentaram significativamente a sua resposta, permitindo aos parceiros fornecer assistência de salvamento e sustentação de vidas a 1,23 milhões de pessoas em risco - mais do que o dobro do número de pessoas alcançadas em 2020", lê-se no relatório.

Em 2021, o Plano de Resposta Humanitária criado pelo OCHA especificamente para Moçambique pressupunha dar assistência a um milhão de pessoas, um objetivo que foi ultrapassado, dispondo de apenas 64% do financiamento necessário de 254 milhões dólares, ou seja, com um total de 161,5 milhões de dólares (142,6 milhões de euros).

As estimativas do OCHA para o próximo ano são de que cerca de 274 milhões de pessoas em todo o mundo vão precisar de ajuda ou proteção humanitária, o maior número de sempre.

A ajuda humanitária às 183 milhões de pessoas em situações mais graves, em 63 países, custará 41 mil milhões de dólares (36,2 mil milhões de euros), sublinha ainda o OCHA.

Para além de Moçambique, os fundos serão dirigidos para assistência a 27 milhões de pessoas na República Democrática do Congo, 24,4 milhões de pessoas no Afeganistão, 25,9 milhões na Etiópia, 20,7 milhões no Iémen e 20,1 milhões na Síria e ainda, entre outros grupos vulneráveis, a 7,7 de pessoas na Colômbia e 4,5 milhões na Venezuela.

Este ano, o OCHA ajudou 107 milhões de pessoas, em projetos realizados com a ajuda de organizações não-governamentais, setor privado e governos.

Entre a assistência humanitária oferecida incluem-se itens de higiene, suprimentos médicos, serviços de saúde para refugiados, dinheiro, ajuda alimentar ou serviços de proteção social.

"Mais de um por cento humanidade está deslocada. A pobreza extrema está a aumentar novamente. Na maioria das crises, as mulheres e meninas são as que mais sofrem, à medida que as desigualdades de género e os riscos de proteção aumentam. A fome continua a ser uma perspetiva aterradora para 45 milhões de pessoas", lê-se num comunicado de imprensa hoje divulgado.