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Restauração pode superar valores de 2019 se mantiver ritmo até final do ano

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O setor da restauração poderá superar em 2021 o volume de pagamentos conseguido em 2019 caso mantenha o ritmo das últimas três semanas até ao final do ano, segundo o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno.

"Se até ao final do ano mantivermos taxas de crescimento face a 2019 idênticas às das últimas três semanas, o volume de pagamentos com cartões [...] em 2021 poderá superar, ainda que marginalmente -- mas superar -- o valor de 2019", disse Mário Centeno no encerramento da Money Conference, um evento organizado pela Global Media numa unidade hoteleira de Lisboa, que juntou os principais protagonistas dos bancos portugueses.

Mário Centeno afirmou que o setor representa "um volume de negócios transacionado, apenas por via digital e com cartões, superior a 5,5 mil milhões de euros, apenas no setor da restauração".

"Eu recordo-vos que no final do primeiro trimestre de 2021 a queda face a 2019 era de 50%. Nós hoje estamos a projetar um aumento face a 2019", referiu à audiência, evidenciando que a evolução "confirma que a aceleração das exportações de serviços [...] constitui o principal contributo para a aceleração do crescimento da economia portuguesa em 2022".

As exportações de serviços incluem, por exemplo, os pagamentos que os cartões registados no estrangeiro fazem em Portugal, sendo um importante componente para medir o impacto do turismo no país.

"A economia recuperará os valores de atividade de 2019 já no início de 2022, mas tem uma margem de crescimento significativa, na medida em que o setor dos serviços está claramente abaixo destes valores", assinalou também o governador do Banco de Portugal.

Assim, "a atividade como um todo vai atingir valores de 2019", mas certos subsetores da economia "estão ainda bastante abaixo" do que sucedia antes da pandemia de covid-19.

Este dado "significa que a base económica é diferente de 2019, ainda que os valores da atividade sejam semelhantes".

"A continuação desta trajetória requer decisões de investimento, de consumo, e do mercado de trabalho, que não devemos e não podemos descurar", avisou ainda Mário Centeno, um dia depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter anunciado a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas para dia 30 de janeiro de 2022.