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Bloco Central ou instabilidade

Depois de Portugal ter enveredado pelo regime democrático em 1974, já experimentamos governos PS, governos PSD, tendo pelo meio uma AD, e nunca conseguimos sair da cepa torta o que significa que pouco mudou após 46 anos de democracia. Isto leva-me a concluir que temos que melhorar o nosso modelo de governação, custe o que custar e doa a quem doer. É certo e sabido que, no futuro, dificilmente aparecerá maiorias absolutas nos partidos portugueses, por isso vamos ser pragmáticos e despidos de dramas ou preconceitos idealistas. Assim, só nos resta pensar seriamente num Governo de bloco central (BC) para ver se conseguimos dar o salto qualitativo que todos os portugueses ambicionam e sairmos da cauda da Europa. Isto significa que os maiores partidos portugueses, PS e PSD terão que se entender e convergir ao centro e do partido mais votado sairia o 1º Ministro. Simples mas de difícil concretização, reconheço. Haverá, sem dúvida, um choque enorme e um grande mal estar na ala mais conservadora do PSD e na ala mais à esquerda do PS? Claro que sim, mas os portugueses não estão para a gradar às alas mais radicais dos partidos pois quando votam é para melhorar a qualidade de vida do país, assim tenham os partidos coragem e bom senso para mandar o ego às urtigas e moderar a sua ideologia. Está comprovado que as coligações, sejam de direita ou de esquerda, ou não funcionam, ou funcionam mal- exemplos recentes Açores e República- daí os governos a cair constantemente porque ninguém se entende e todos querem “puxar a brasa à sua sardinha” que é como quem diz, todos querem olhar apenas para o seu umbigo e o país que se lixe. Resta-nos seguir o exemplo dos países do Norte europeu porque se eles progridem e nós não, então nós é que estamos errados.

Um Governo minoritário também não resulta já que os partidos apenas pensam em agradar ao seu eleitorado mas Portugal está acima de qualquer partido e estes têm, acima de tudo, o dever de pugnar pela estabilidade social, política e económica. Catarina Martins, do BE, logo após ter contribuído para a dissolução da Assembleia da República, já se prontifica a negociar um acordo com António Costa para viabilizar um Governo de esquerda. Mas então que brincadeira é esta? Contribui para a queda do Governo de A.Costa para logo negociar um novo Governo com A.Costa? Isto não é política séria, parece mais brincar às eleições.

Sei que é muito difícil mas em nome da estabilidade do nosso país, é necessário colocar de lado a doentia obsessão partidária e olhar o todo nacional, pugnando por melhor qualidade de vida dos portugueses. Sei que alguns ideólogos inveterados considerar-me-ão insano mas outros dar-me-ao razão, pois no fundo todos sabemos que o país só pode progredir se tiver estabilidade governativa.

O sistema político em Portugal está demasiado frágil para aguentar crises por birras políticas, “por dá cá aquela palha. Acabemos com esta manta de retalhos entre pequenos partidos a apoiarem o Governo às segundas, quartas e sextas e abatê-lo às terças quintas e sábados e vamos experimentar uma coligação consistente entre PS e PSD, dois partidos moderados do espetro político português. Se o PS tentasse fugir demasiado par a esquerda, lá estaria o PSD para pender para a direita, afinal, está mais que visto que estes dois partidos, na sua génese, pouco diferem entre si, e se diferem é apenas para marcar posição e agradar às alas radicais. Sei que os pequenos partidos não vão gostar da ideia, porém, também eles teriam o seu papel a desempenhar, pois na falta de acordo entre os dois partidos do BC entrariam os pequenos partidos ,com assento na A.R, para fazerem pender o prato da balança, apoiando medidas de esquerda ou medidas de direita e castigando, assim, a falta de coerência entre os dois parceiros de coligação os quais ficariam “obrigados” a entenderem-se, sob pena de verem aprovadas medidas radicais de direita ou esquerda, conforme a força dos pequenos partidos.

A ideologia partidária extremada funciona como a crença cega numa religião e não leva a lado nenhum, pois, todos dizem que “eu é que estou certo” mas a verdade é que ninguém é dono da razão e, muito menos, está sempre certo e o país é que sofre.

As obrigações/recomendações do Dr. Miguel Albuquerque, acerca do novo corona vírus, foi uma trapalhada e uma “rasteira” monumental aos negacionistas mas resultou, já que correram, em massa, a tomar a vacina. Uma vez que -dizem- o Psd-m ganhou as autárquicas devido às suas primeiras medidas de contenção do vírus, agora que a Madeira já está em alerta vermelho, então tudo vale para manter o estado de graça.