Madeira

I Encontro de Educação é uma “boa ferramenta para debater o sistema educativo"

Quem o diz é o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, Ricardo Nascimento

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O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava disse hoje que o I Encontro de Educação é uma “boa ferramenta para debater o sistema educativo e o ensino regional”.

Na iniciativa, que decorre este sábado na Escola B+S Padre Manuel Álvares, o autarca enalteceu ainda o trabalho dos professores muitas vezes realizado com dificuldade em prol da formação das crianças e jovens da Ribeira Brava.

“Embora o Município não tenha grandes competências definidas por lei, atribuídas ao nível da educação, os meus executivos têm trabalhado para valorizar a educação e a formação ao longo dos vários anos. Sendo professor e tendo assumido funções de direção de uma escola, sei o quanto muitas vezes é difícil os alunos e alguns pais valorizarem a formação”, referiu, olhando para a educação como “investimento e não uma despesa corrente”.

Por essa razão, tem prestado apoio logístico às escolas e ajuda às famílias para suportar os custos com a educação, quer seja através do pagamento das mensalidades de creches, material escolar ou manuais escolares. Nesta matéria, lamentou que, ao contrário do que se passa no continente, onde há manuais gratuitos para toda a escolaridade obrigatória, na Madeira, isso acontece “à custa das câmaras municipais” e, no caso dos manuais digitais, graças ao projecto da Secretaria Regional da Educação (SRE).

O autarca defende uma escola ligada ao meio onde está inserida, que prepare jovens competentes para o mundo do trabalho e não só para o curriculum.

“Hoje, por causa da pandemia, fala-se na paragem da economia e nas altas taxas de desemprego, mas há carência de gente formada em determinadas áreas para trabalhar”, alerta.

Nascimento refere que esta realidade deve ser resolvida pela escola e pelas tutelas de cada área, através de cursos técnico profissionais e licenciaturas específicas face às necessidades.

Da parte da SRE, Nadina Mota, directora de serviços da Direcção Regional de Educação, diz que a mudança é inevitável.

“Todos sabemos o que queremos e o que desejamos para a escola. Resta-nos pensar o que cada um de nós, professores, pode fazer”, refere.

A manhã foi preenchida com as intervenções do professor catedrático Carlos Neto, que abordou a importância do brincar e ser activo na escola, na família e na comunidade; e do neuropediatra madeirense Luís Borges, que focou os quatro pilares da aprendizagem e as dificuldades específicas da aprendizagem nas crianças e jovens.

Durante a tarde, o painel é composto pela professora e ex-deputada Liliana Rodrigues, que vai abordar a educação como intervenção comunitária, terminando com o professor Santana Castilho e uma abordagem entre a pedagogia, a tecnologia e a política.

Esta é uma iniciativa conjunta entre a autarquia e o Sindicato Democráticos dos Professores da Madeira para debater ‘a escola de que precisamos’ através da partilha de testemunhos, experiências e saberes destes quatro oradores convidados.