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Ferro transmitiu a PR que data de eleições "não seria irrelevante" para "situação interna de alguns partidos"

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PEDRO SANTOS/LUSA

O presidente da Assembleia da República transmitiu ao Presidente da República que a data das legislativas "não seria irrelevante" para a situação interna de alguns partidos, referindo-se a eleições em "final de janeiro ou início de fevereiro".

Na súmula da conferência de líderes realizada em 28 de outubro - um dia depois do 'chumbo' do Orçamento do Estado - e hoje divulgada, relata-se que Ferro Rodrigues transmitiu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o resultado das suas audiências com os vários partidos com assento parlamentar, dois dias antes.

Dessas reuniões, refere o presidente da Assembleia da República, resultaram "posições distintas relativamente às consequências da não aprovação do OE, manifestando os partidos da direita e o grupo parlamentar do PS preferência pela marcação de eleições o mais rapidamente possível após dissolução e defendendo os partidos da esquerda que a não aprovação do OE não devia conduzir necessariamente à dissolução, considerando existirem outras soluções".

"Não obstante terem estas posições sido avançadas ao PR, os partidos políticos com assento parlamentar teriam oportunidade de expressar individualmente as suas posições -- acrescentando que a decisão sobre a dissolução seja do PR e pareça estar já tomada", refere ainda o texto.

Na súmula, relata-se ainda que Ferro Rodrigues "frisou que, em qualquer dos casos, a data em que viessem a ser marcadas as eleições, em final de janeiro ou início de fevereiro, não seria irrelevante, tendo em conta as situações internas de alguns partidos, conforme os mesmos dariam certamente conta ao Presidente da República".

No sábado, após as audiências em Belém, a data de 16 de janeiro foi a que reuniu mais consenso entre os nove partidos com assento parlamentar ouvidos, sendo referida por sete das nove forças políticas com representação parlamentar, incluindo PS e PSD.

Mesmo o PAN, que foi o único a não expressar preferência por um domingo concreto, admitiu esta data no calendário lato que apontou - segunda quinzena de janeiro ou primeira quinzena de fevereiro - e apenas o Iniciativa Liberal destoou, defendendo que não há condições para se realizarem legislativas antes de 30 de janeiro.