Crónicas

Um país sem futuro?

A esperança está perdida. Os portugueses não são bons a votar. Dividem-se. Seria ajuizado tentar alternativa maioritária que resolvesse o maior dos problemas: salários baixos

Por alguma razão somos o último país europeu em quase todos os indicadores económicos e sociais. A primeira resposta é fácil: os portugueses elegem maus gestores para conduzirem Portugal. Escolhem quem mais lhes promete em vez de quem melhor pode fazer pelo país.

Tivemos dois bons primeiro ministros: Cavaco Silva e Passos Coelho. Ambos em momentos exigentes: o primeiro na adesão à União Europeia e aproveitamento dos fundos financeiros e, o segundo, quando o país teve a intervenção da “troika”. Fomos bem governados. Nos anos de Cavaco Silva desenvolvemo-nos e nos de Passos Coelho sobrevivemos ao desastre Sócrates e reerguemos a credibilidade da pátria.

Passos Coelho ganhou as eleições que se seguiram. O que de bom não teria conseguido o país se uma vergonhosa coligação socialista e comunista não tivesse impedido que quem tivesse sido mais votado assumisse a liderança nacional?

Mais do que tudo, esta governação de esquerda, democraticamente ilegítima, faz crescer o cepticismo popular relativamente a eleições. Para quê votar se o partido que ganha as eleições não pode assumir as funções de governo ?

E porque chamo ilegítima? Porque António Costa governou com programa e orçamentos a contento dos comunistas quando nenhuma leitura dos resultados eleitorais justificava tal desvio político.

António Costa “casou” com a esquerda comunista. Faz lembrar aqueles casamentos por interesse que cedo rompem. Aquela ameaça que fez de se demitir se precisar do PSD é demonstrativa do carácter político do animal. O homenzinho ou governa com os comunistas ou vai embora. É deixá-lo ir. Ficará o Pedro Nuno Santos, esquerda radical que anda de Porshe, e estaremos elucidados ao que vai o PS.

Mas tudo está claro. Os comunas derrubaram o governo. Acabou a parceria. O PS diz que não governa com o PSD. Só uma maioria absoluta dá vida a António Costa.

O PS com maioria absoluta é mais gente na cadeia.

Na Europa democrática e desenvolvida a dispersão eleitoral é uma realidade. Depois de muitas décadas de governos de maioria, estão ricos, têm reservas financeiras e a generalidade das suas políticas sociais são consensuais. Agora votam selectivamente por princípios e credos políticos que nada têm a ver com a inteligência colectiva. Apoiam organizações políticas, entretanto transformadas em partidos, por causas xenófobas, raciais, migratórias, religiosas, diferenças de género, evolução climática entre outras. Ficam sem governos estáveis e eficazes e, não demora, voltarão à porta das dificuldades.

Aqui, o português ainda não deixou construir uma base sólida e sustentável que suporte o país ao longo dos bons e maus momentos da conjuntura, principalmente internacional. Escolhemos líderes sem qualidade apenas porque pertencem ao nosso partido. Elegemos deputados sem qualquer competência conhecida e formamos governos sem critério conhecido: pai e filha, marido e mulher, e outros relacionamentos mais promíscuos envolvendo toda a “entourage” governamental.

Assim é impossível erguer Portugal e a esperança está, desde logo, perdida. Os portugueses não são bons a votar. Dividem-se.

Desta vez, seria ajuizado tentar alternativa maioritária.

Uma maioria mobilizadora que resolvesse o maior de todos os problemas nacionais: salários baixos.

Já foi o tempo de dar escola a todos. Agora tem de ser o momento de dar salário europeu aos portugueses. Tem exigências determinantes para o sucesso desse objectivo. As leis do trabalho, a formação profissional, a eficiência no que fazemos, o combate ao desperdício, etc. Cada um de nós, e todos em conjunto, temos de fazer a nossa parte para reduzir o custo do trabalho, mesmo aumentando salários e ganhando competitividade. Tem de haver um compromisso nacional.

Alguma geração tem de realizar esta tarefa. Porque não a actual?

CINM e TAP

Marcelo tem de intervir. O Centro Internacional de Negócios da Madeira não foi criado para ter duas mil empresas. Nunca menos de trinta ou quarenta mil empresas, aliás em linha com a concorrência europeia. O resultado actual é a prova de não ter sido alcançado o mínimo aceitável.

A não renovação da autorização para, em 2022, serem emitidas novas licenças, a empresas interessadas em sediar os seus negócios na Madeira, é caso para os maiores protestos imagináveis. Desde logo, para audiência presidencial.

Miguel Albuquerque reagiu bem relativamente à TAP. Forte quanto a situação exige. Deve juntar CINM e TAP e ir a Belém. Não chega ficar-se pelas exigências feitas “dentro de casa”. O país tem de ficar a saber o ultraje socialista aos interesses do povo da Madeira.

Se o líder do PSD, Rui Rio, está em campanha a debater o país, então tem uma oportunidade para esclarecer sobre o que faria de diferente se o PSD fosse governo nacional. Abster-se de nos apoiar será confessar ao que vem: mais do mesmo.

Carlos Lélis

Foi meu professor no liceu e acompanhei-o à Sardenha naquela que foi, em 1980, a minha primeira viagem oficial. Enquanto Secretário Regional sempre me deu atenção como primeiro presidente da JSD. Inclusive, num plenário do governo regional sobre o ensino, tive a honra de nele ter participado. Conclusão: a escola não é só para aprender a ler e escrever ! Um Homem influente e fundamental na minha vida. A Madeira muito lhe fica a dever.

Marítimo

Rui Fontes, em poucas semanas, assumiu uma candidatura e saiu largamente vitorioso. Tem reconhecido mérito.

Não merecia aquela “catanada” do seu antigo chefe no governo.

Deixo um registo pela extrema correção do relacionamento institucional que tive com Carlos Pereira.

Velocidade máxima

A estrada nacional 222, entre a Régua e o Pinhão, são 20 kms na margem do Douro vinhateiro. Percurso sinuoso, estreito e com dois sentidos. A Madeira já não tem estradas com tanto risco. Muitos troços nessa estrada idílica exigem, com a devida sinalética, velocidade mínima de 50 e 60 km/h. O limite máximo é de 90 km/h.

No Funchal, excluindo a via rápida, o limite máximo de velocidade é 50 km/h. Assim é, por exemplo, na estrada do Amparo (subida e descida para o “enforcado” na estrada Monumental) com duas faixas de circulação e separador, tal e qual uma auto-estrada. Exagero ou construída sem o mínimo de competência?