Coronavírus Madeira

Casos de covid-19 no hospital resolvidos dentro de 15 dias

Cansaço pandémico não pode levar ao abrandamento das medidas

Funcionamento das unidades de saúde não foi, para já, colocado em causa. Foto Arquivo
Funcionamento das unidades de saúde não foi, para já, colocado em causa. Foto Arquivo

O secretário regional da Saúde voltou a apelar à vacinação, às medidas básicas de protecção e à testagem gratuita nas farmácias e clínicas aderentes

Os cerca de 30 casos de covid-19 detectados nos hospitais da Região devem ficar resolvidos dentro de 15 dias, o período máximo correspondente a um ciclo de incubação, apontou, esta manhã, Pedro Ramos, aos jornalistas, à margem da sua participação nas jornadas parlamentares do PSD/CDS, que hoje tiveram lugar na Assembleia Legislativa da Madeira. 

A situação pandémica dos últimos dias tem revelado um aumento significativo dos novos casos de covid-19, realidade assumida pelo secretário regional com a pasta da Saúde como expectável face ao que se passa no País e no resto do Mundo.

Para o governante, este maior número de infecções, acontece “por não estarem a cumprir com as recomendações básicas”, mas também por “alguns [dos novos infectados] não estarem vacinados”.

E face a esta realidade, o Governo Regional vai “continuar a acompanhar a situação, com todo o rigor e responsabilidade” como tem feito desde o início da pandemia.

Factor favorável é a “situação sanitária diferente”, com 85% da população residente já com pelo menos uma dose da vacina e estando a Região perto de alcançar a mesma percentagem de população com esquema vacinal completo.

Sobre a situação noutros países da Europa, o secretário regional de Saúde e Protecção Civil, tocou no confinamento adoptado pela Holanda, não deixando, contudo, de salientar o facto daquele país ter uma taxa de vacinação inferior à de Portugal, e também à da Madeira, deixando antever que essa hipótese poderá não se colocar na Madeira.

O governante não se comprometeu, para já, com medidas mais restritivas para a população em geral, focando apenas as alterações operadas nas unidades de saúde e nas estruturas sociais. “Neste momento, aquilo que já está combinado entre as autoridades regionais de saúde e o presidente do Governo, até ao final do mês, provavelmente na última semana de Novembro, nós faremos uma reunião para avaliarmos e vermos esta evolução do número de casos”.

30 casos nas unidades hospitalares

Sobre a gravidade das infecções diagnosticadas nos últimos dias, Pedro Ramos apontou o número de internamentos que, para já, continua a não colocar em causa a capacidade de resposta do Sistema Regional de Saúde. Dos 25 doentes internados em enfermaria e cinco na unidade de cuidados intensivos dedicada, o governante referiu que muitos não estariam vacinados, embora fizesse notar que há casos, também, de pessoas já imunizadas.

Quando estas infecções surgem em pessoas com comorbilidades associadas, o desfecho nem sempre é o mais favorável, como aconteceu, de resto, com uma das pessoas que veio a falecer este fim-de-semana por complicações da covid-19.

Para o secretário, estes casos devem funcionar como “um alerta”, ressalvando que as mortes podem ser evitadas, desde que cumpridas “as recomendações básicas” e devidamente vacinadas, voltando a apelar a quem ainda não fez a vacina contra a covid-19 para se dirigir a um dos centros de vacinação, que funcionam em regime de ‘casa aberta’, e assim dar o seu contributo para o controlo da pandemia na Madeira.

A nível hospitalar os casos estão “sob controlo”, com as direcções técnicas “conhecem a forma como todas as infecções aconteceram”, com os cuidados a serem redobrados. Os casos registados nos hospitais da Região “estão dispersos”, dando a entender que não estará em causa qualquer surto.

Estas infecções afectam nove médicos, 15 enfermeiros, e “alguns assistentes técnicos e assistentes operacionais”, esclareceu Pedro Ramos, destacando a “boa organização hospitalar” que garante o funcionamento de todas as unidades.  

O Governo Regional prepara-se, entretanto, para apresentar e colocar no terreno a quarta fase da campanha ‘A Pandemia ainda não acabou’, preparando o Natal e o regresso de estudantes universitários e emigrantes. “Temos já o exemplo do que aconteceu no ano passado e não queremos que aconteça esta ano”, salientou.