Quando, metade de uma capa, pode fazer a diferença …

Esta semana, debrucei-me um pouco sobre a lenda «O Verão de S. Martinho».

Conhecendo-a dos bancos da escola, nunca pensei nela a sério e hoje, vejo-me a pensar na mesma, de um modo tão profundo. E penso, mas, penso em quê?

Penso no velho provérbio: «atrás da tempestade, vem a bonança» e atrevo-me a estabelecer entre eles uma relação.

Ora, na lenda já referida, esta verdade é tão bem retratada quando o mendigo encontra alguém que o socorre do frio e do desalento em que vivia, do inverno da vida, dando-lhe metade da capa. Esta atitude fez desaparecer dele a tempestade do desânimo, trazendo – lhe a bonança da esperança.

Mas, diz ainda a lenda que, a seguir a este acontecimento, a chuva e o frio deram lugar à luz e ao calor do sol, a tal bonança de que nos fala o provérbio. Tudo isto, apesar de ser uma lenda, como já dissemos, leva-nos a parar um pouco na caminhada e questionar:

_ Quantas vezes podíamos ter sido uma metade de capa para os que caminham ao nosso lado e deixámos de o ser? Porquê?

Feliz dia de S. Martinho!

Graziela Camacho