Madeira

Barretada

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Boa noite!

Rui Barreto foi à televisão madeirense garantir haver já entendimento com Miguel Albuquerque para que PSD e CDS surjam coligados no círculo eleitoral da Madeira nas eleições legislativas antecipadas de 30 de Janeiro. Mais, garantiu que a aliança será ratificada em breve pelos dois partidos.

O PSD e o seu presidente são assim postos em xeque, comandados de fora para dentro, e condicionados pelo líder do CDS que, antevendo um cenário dantesco numa corrida isolada, se apressa a transformar um desejo existencial de sobrevivência numa decisão soberana irrevogável.

Entre os social-democratas que julgavam que ainda tinham mão no seu partido reina um misto de espanto e de resignação. Entre os que ponderam mudar de flanco impera a certeza que, em muitos casos, mais vale sós do que mal acompanhados. Entre os que acreditam que a fatalidade propagandeada é reversível, resta a esperança que possam ter direito à palavra, sem repreensão, nem castigo, no conselho regional que, conforme foi anunciado, tinha como propósito definir a estratégia para as legislativas nacionais, que afinal já está decidida e anunciada publicamente pelo ultimamente auto-proposto porta-voz da coligação no poder.

Na política regional, sempre que se fala em chapelada vem-nos à memória as célebres eleições internas no PSD-M, as primeiras da nova era, de resultado duvidoso que gerou protesto público do actual líder.

Na política regional, sempre que os militantes forem desconsiderados por líderes autistas ou apressados, que tudo decidem sem ouvir conselheiros, estaremos a partir de agora perante uma barretada.

E como enfia o barrete quem quer, mesmo que não sinta frio nas orelhas, desejamos aos que foram convocados para o conselho regional do PSD, no dia 20, no Porto Moniz, bons mergulhos. Por esta altura, a água do mar ainda está com uma temperatura de fazer inveja aos que se especializaram em gelar convicções políticas na democracia participativa.