Mais voto, menos voto. E o país?

As eleições autárquicas demonstraram que quase metade dos portugueses está a milhas de se interessar no que os políticos dizem ou que prometem fazer.

Esta situação gravíssima do nosso sistema democrático tem vindo a piorar ano após ano. E não tem solução à vista. Mais, os políticos e os partidos têm vindo a contribuir cada um à sua maneira para o agravamento da confiança dos portugueses no sistema político e partidário.

Quantos autarcas vão alterar a sua política de promessas para responder às necessidades reais dos cidadãos?

Para quando um combate sem tréguas à impunidade, aos esquemas e ao clientelismo, em suma, um combate à séria à corrupção?

Para quando medidas concretas para melhorar a mobilidade nas cidades?

Para quando cuidados permanentes de apoio aos idosos, mais locais de repouso e de convívio?

Para quando uma política séria para travar a desertificação do interior e travar a fuga dos mais novos para o litoral?

Para quando uma baixa significativa do valor cobrado pelo IMI?

Para quando planos sinceros para desenvolver a cultura e fazê-la chegar a quem normalmente não tem acesso?

Para quando planos para travar a construção desenfreada e desordenada no interior do país, nas nossas cidades e no litoral?

Para quando políticas ambientais verdadeiras para desagravar a destruição do planeta?

Para quando políticas para combater com verdade as assimetrias no ensino dos jovens portugueses?

Entretanto, os portugueses vão-se divorciando dos partidos em vez de robustecer a sua confiança política! É demais.

Carlos Oliveira