Eleições Presidenciais Madeira

Resultados da noite reflectem "cultura do medo"

Os valores da esquerda não foram premiados, independemente da candidatura, lamentou Edgar Silva

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De Norte a Sul do país, o discurso da direita e da extrema-direita é o discurso que hoje tem maior acolhimento na sociedade portuguesa, analisou Edgar Silva. “As pessoas o que querem ouvir é mais confinamento, mais repressão, cercear de direitos, limitação das liberdades”, lamentou o líder da CDU na Madeira. Os resultados eleitorais, defendeu, não podem ser interpretados “sem se ter em conta o caldo cultural” em que Portugal vive, "o ambiente de medo, da cultura do medo, que está entranhado” na vida dos cidadãos.

O líder o Partido Comunista na Madeira, reagindo aos resultado das eleições presidenciais e particularmente aos resultados de João Ferreira, candidato apoiado pelo seu partido, afirma que estes resultados eleitorais “vêm demostrar que o medo não é bom conselheiro e que a cultura deste medo faz deste tempo um tempo marcado por muitos perigos, por muitas ameaças.”

O líder do PCP Madeira critica o facto de se defender o confinamento, o afastamento social, “o ver o outro como uma ameaça, ou mesmo o inimigo”, em vez de alguém a acolher e compreender. “Em vez de uma cultura do acolhimento, há uma cultura do afastamento e da repulsa” e foi este ambiente que contribui para os resultados desta noite, analisou. “Neste ambiente o eleitorado é mais permeável a todo um discurso que aponta para o reforço do policiamento, o cercear das liberdades, dos direitos. E portanto esse é o discurso da direita, da cultura da direita, da extrema-direita. Este resultado eleitoral mais não é também que o dar expressão eleitoral a uma consciência social e política que se está a impor no país.”

A mensagem de João Ferreira não passou na Madeira nem a nível nacional, no entender do ex-candidato do PCP há cinco anos. Edgar Silva analisa e diz que os valores que estão no centro da social-democracia e mais à esquerda, “não foram premiados, seja qual for a candidatura. O eleitorado português, de Norte e Sul do país identificou-se com um conjunto de outros valores e com outro tipo de discursos.”

Este não foi o pior resultado de um candidato apoiado pelo PCP na Madeira, bem melhor na Madeira esteve há cinco anos Edgar Silva, que conquistou 23.000 votos, foi o segundo mais votado. O contexto é diferente, o quadro é diferente”, distingue o líder.

Edgar Silva não acredita que tenha falhado a escolha do candidato. “Estas eleições impuseram um determinado conjunto de condicionamentos que nós não podemos subestimar, acho que é sobretudo isso.” A pergunta se a esquerda falhou em não se unir? Respondeu que a grande questão, foi o Partido Socialista a nível nacional e na Madeira também, ter dado na prática o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa. “O partido Socialista identificou-se com a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa e isso também não é um factor de menor peso também”, concluiu.

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