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Mais de 600 edifícios históricos de Beirute afectados e 70 em risco de ruir

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Foto EPA

As explosões de dia 04 em Beirute afectaram 601 edifícios históricos da capital do Líbano, dos quais 70 estão em risco de ruir, alertaram hoje as autoridades libanesas.

Numa conferência de imprensa, Abbas Mortada, ministro da Cultura em funções no Líbano - o Governo apresentou segunda-feira a demissão -, adiantou que os edifícios históricos, alguns deles património nacional, requerem uma "restauração urgente", pelo que irão ser reabilitados.

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Agência Lusa , 10 Agosto 2020 - 12:29

Mortada frisou que os edifícios em causa "não podem ser vendidos" para evitar abusos nos bairros afectados do centro de Beirute, havendo já uma instrução do Ministério das Finanças libanês, que aprovou uma resolução que proíbe as transações.

Segundo a Agência Nacional de Notícias (ANN, estatal) libanesa, a resolução visa "evitar que se explore a actual situação" nas zonas afectadas pelas explosões em Beirute e arredores.

"Queremos dizer aos donos destes edifícios que queremos preservar a história que representam e que, nas próximas semanas, daremos início às obras de reabilitação [...] e que não iremos tolerar que alguém queira comprá-los para os destruir e construir outros edifícios novos no coração de Beirute",  declarou Mortada.

Segundo o ministro, também não será permitida a venda dos imóveis sem a autorização do próprio ministério, para se evitar a "especulação" imobiliária e para proteger "o caráter histórico, demográfico e urbanístico" das áreas afetadas.

Mais de metade dos hospitais "fora de serviço"

 Mais de metade dos hospitais de Beirute, entre eles os três mais importantes, estão "fora de serviço", indicou hoje Richard Brennan, director regional do Departamento de Urgências da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Oito dias após as devastadoras e mortíferas explosões de 04 deste mês, Brennan sublinhou que a OMS procedeu a uma avaliação ao estado de 55 clínicas e centros de saúde em Beirute, e concluiu que mais de metade não tem condições de assistência médica.

"Sabemos que um pouco mais de metade dos estabelecimentos de saúde estão fora de serviço", declarou o responsável da OMS, que falava numa conferência de imprensa no Cairo, acrescentando que três dos principais hospitais da capital do Líbano estão inactivos e que outros tantos funcionam com uma capacidade reduzida.

A 04 deste mês, a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas há seis anos no porto de Beirute arrasou vários bairros da capital e provocou 171 mortes e mais de 6 mil feridos, deixando ainda mais de 300 mil pessoas sem casa.

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