Mundo

Biden diz que Trump tem de aceitar derrota

None

O Presidente eleito dos Estados Unidos considerou hoje que a vitória nas eleições, certificada pelo Colégio Eleitoral, foi da mesma dimensão que a de Trump em 2016, razão pela qual o Presidente cessante tem de aceitar a derrota.

O discurso do democrata Joe Biden ocorreu em Wilmington, no Delaware, pouco depois de os delegados do Colégio Eleitoral ratificarem a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais, com 306 grandes eleitores de um total de 538.

O agora oficialmente declarado Presidente eleito recordou que este também foi o número de grandes eleitores que o republicano Donald Trump em 2016. Na altura, Trump considerou que o resultado foi uma "derrocada".

Por isso, Biden considerou que se em 2016 306 grandes eleitores correspondiam a uma vitória clara, em 2020 insinua "respeitosamente" que tem de significar o mesmo, razão pela qual Trump tem de acabar com as acusações infundadas de fraude eleitoral e aceitar a derrota.

O ainda chefe de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) ainda não aceitou a derrota nas presidenciais de 03 de novembro. Trump continua a instigar uma revolta contra uma alegada fraude eleitoral perpetrada pelos democratas, no entanto, não há quaisquer evidências disso e as tentativas de reverter os resultados eleitorais falharam.

Biden, que durante todo o discurso pigarreou e acabou, inclusive, visivelmente rouco, disse que a certificação do Colégio Eleitoral é um "ato tão velho quanto" a democracia norte-americana.

"A vontade do povo prevaleceu" e a democracia, mesmo depois de ser "empurrada, testada e ameaçada", provou "ser resiliente, verdadeira e forte".

O Presidente eleito lembrou também que no início do ano, por causa da pandemia - que continua a assolar os Estados Unidos (na segunda-feira o país ultrapassou os 300 mil mortos) -- "muitos questionavam quantos norte-americanos votariam sequer". Os receios associados à infeção pelo SARS-CoV-2 e as restrições implementadas em várias cidades do país para mitigar a propagação da pandemia aumentaram os receios de uma abstenção recorde.

Contudo, "aconteceu algo que muito poucos previam" e os norte-americanos "votaram em número recorde". E isto "devei ser celebrado, não atacado", completou Biden.

O 'dedo foi apontado' à candidatura de Trump, que tentou a todo o custo reverter os resultados, fomentando teorias da conspiração e propagando desinformação.

"A chama da democracia foi acesa há muito tempo neste país. E agora sabemos que nada, nem mesmo uma pandemia ou um abuso de poder, pode apagar essa chama", explicitou novamente o democrata, uma vez que este trecho do discurso já tinha sido divulgado pela equipa de Biden durante a noite de segunda-feira.

Joe Biden vai ser o 46.º Presidente dos Estados Unidos da América. O democrata de 78 anos também vai ser o chefe de Estado mais velho a ocupar o cargo e na vice-presidência tem Kamala Harris, de 56 anos, que é também a primeira mulher, afro-americana e cidadã de origem indiana a ocupar o cargo.

O Presidente eleito também foi, entre 20 de janeiro de 2009 e 20 de janeiro de 2017, o 47.º vice-presidente dos EUA, durante as duas administrações sucessivas do democrata Barack Obama, primeiro Presidente afro-americano do país.

Fechar Menu