Madeira

Sindicato revela que 70% aderiram à greve dos médicos

Paralisação convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos está a ser sentida na Consulta Externa e no bloco operatório

Foto Arquivo
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Cerca de 70% dos médicos aderiram à greve decretada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que decorre hoje desde a meia-noite e até ao final do dia. Amanhã a greve continua por outras 24 horas, mas decretada pela Federação Nacional dos Médicos. “Estamos contentes porque vamos passando pelas diferentes áreas quer das Consultas Externas, quer do bloco operatório e esta tudo muito calmo, o funcionamento está aparentemente mínimo”, adiantou Lídia Ferreira, do SIM, esperando que na parte da tarde a adesão destes profissionais seja ainda mais significativa.

“Nas consultas externas ainda não consigo ter um número certo, neste momento penso que anda à volta de talvez do 68, 70%, mas ainda falta, o que indica que há consultas que começam muito mais tarde. No bloco operatório, apenas temos duas salas a funcionar, sem ser com os mínimos, e isto revela uma adesão de cerca de 70%.”

A greve decretada pelo SIM foi convocada por inúmeras razões, sendo a principal recordada por Lídia Ferreira “o autismo do Governo” na negociação. Em causa está a revisão da grelha salarial, que, diz, já deveria ter ocorrido; o pagamento das 7h às 8h como hora nocturna; a diminuição do tempo de urgência, a progressão na carreira, os concursos já deveriam ter aberto e que agora abriram ‘a conta-gotas’. A greve prende-se também com as condições de trabalho em geral e com algumas regalias que foram retiradas aos médicos quando da intervenção da Troika, que não foram repostas. A porta-voz fala de desvalorização do médicos e da carreira médica no Sistema Nacional de Saúde e da Saúde em geral pelas entidades governativas. Em relação à Região e ao Governo Regional, as questões são praticamente as mesmas, com uma excepção. “Em relação à Região há uma particularidade que é o pagamento das 7h às 8h como hora nocturna, esse já disse que isto é para cumprir”. Quanto à avaliação, a porta-voz do Sindicato diz que à falta de implementação do sistema de avaliação, na Região pode haver alternativas. “Não precisam de estar à espera dos outros, têm é de arranjar uma grelha de avaliação, que seja simples e que vá ao encontro dos interesses quer da instituição, quer dos profissionais, para acelerar a devida progressão”.

A progressão é necessária, diz, neste momento há serviços a serem liderados por assistentes sem graduação porque não há a progressão inter-pares e ela é feita agora a conta-gotas. Os médicos estão a ser prejudicados em termos remuneratório duplamente porque não há revisões da grelha salarial e porque não há progressões nos diferentes escalões, denuncia.

Na Madeira o SIM representa cerca de 200 médicos, a maior parte hospitalar.

O SIM assume convocar outras greves se esta não apresentar resultados. A greve, diz, serve pelo menos para chamara atenção dos media. “Todas as outras medidas que não sejam a greve caem diluídas ou não são notícia”, lamenta.