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Morreu o tetraplégico francês Vincent Lambert

Foto  EPA/PHOTOPQR/L’UNION DE REIMS FRANCE OUT
Foto EPA/PHOTOPQR/L’UNION DE REIMS FRANCE OUT

O tetraplégico em estado vegetativo que se tornou símbolo em França da discussão sobre a morte digna, Vincent Lambert, morreu hoje, depois de no início do mês o hospital ter anunciado que iria desligar as máquinas que o mantinham vivo.

“Vincent morreu às 08:24 desta manhã” no hospital de Reims (nordeste da França), revelou o sobrinho do tetraplégico francês, Francis.

O caso de Vincent Lambert, um enfermeiro de 42 anos que foi vítima de um acidente de viação em 2008, tornou-se o símbolo do debate sobre o fim da vida em França.

No início do mês, o hospital de Reims, onde estava internado, anunciou que iria desligar as máquinas que mantinham Vincent vivo, acabando com o processo de alimentação e hidratação que os equipamentos garantiam.

A decisão foi tomada pelo hospital no dia que o Supremo Tribunal de França admitiu a hipótese de parar os tratamentos.

A mulher de Vincent, Rachel Lambert, tinha há vários anos um processo judicial contra os seus sogros, católicos conservadores, que se opunham a deixar o filho morrer. Rachel era apoiada pelos seis irmãos e irmãs e pelo sobrinho que hoje anunciou a morte do enfermeiro francês. Lambert não deixou por escrito qualquer testamento vital.

Vincent sofreu um acidente de viação em 2008 que o deixou tetraplégico e totalmente dependente. Em 2011, os médicos afastaram qualquer possibilidade de melhorias e, em 2014, o seu estado foi classificado como vegetativo.

O hospital tinha tentado por diversas vezes obter autorização para parar o tratamento, mas as ações judiciais interpostas pelos pais impediram sempre o avanço do processo, até à decisão do Supremo Tribunal de França.

O protocolo médico prevê nomeadamente “uma cessação dos tratamentos” e a administração de “uma sedação profunda e contínua”.