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Johnson pede votos para evitar desastre e Corbyn pela esperança

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O primeiro-ministro britânico encerrou hoje a campanha eleitoral com um apelo ao “dever nacional de encontrar todos os votos que salvem o país do desastre”, enquanto o líder trabalhista fez um último apelo ao voto “pela esperança”.

Boris Johnson e Jeremy Corbyn fizeram hoje à noite em Londres os seus últimos comícios da campanha, com um derradeiro apelo ao voto nas eleições de quinta-feira.

No seu discurso, o líder do Partido Conservador e primeiro-ministro cessante, Boris Johnson, disse aos seus apoiantes que “a corrida está apertada e a apertar”.

“Temos um dever nacional de, entre agora e as 10 da noite de amanhã [quinta-feira], encontrar todos os votos que conseguirmos para salvar o país do desastre”, disse Johnson, para quem um voto em qualquer outro partido levaria a um parlamento dividido e ao desastre económico.

Recordando que Jeremy Corbyn tenciona fazer um segundo referendo sobre o ‘Brexit’ -- que o primeiro-ministro promete concretizar -- Johnson afirmou: “Vamos ser neutros em carbono até 2050 e neutros em Corbyn até ao Natal”.

No comício de encerramento dos Trabalhistas, Jeremy Corbyn fez um último apelo ao voto “pela esperança” e “por uma mudança real”.

“Estamos numa bifurcação na estrada. A escolha que vocês enfrentam, o povo deste país, amanhã [quinta-feira], é verdadeiramente histórica”, disse o líder trabalhista, alertando que o primeiro-ministro e candidato do Partido Conservador, Boris Johnson “não manterá tudo na mesma”.

“Ele piorará as coisas. Ele abrirá o nosso NHS [serviço nacional de saúde, na sigla inglesa] às megacorporações americanas e continuará com mais cortes”, acrescentou, insistindo num tema que tem sido central na campanha trabalhista.

É por isso, sublinhou, que o Presidente norte-americano, Donald Trump, “quer que os Conservadores de Boris Johnson ganhem”.

Garantindo que não se deixará intimidar pelos ataques “implacáveis” dos media contra os Trabalhistas, e lembrando que “grande parte desses mesmos media pertence a bilionários”, Corbyn garantiu que “eles não vencerão”: “Criaremos uma sociedade inclusiva e esperançosa”.

“Amanhã vocês podem chocar o ‘establishment’ votando pela esperança. Esperança em vocês próprios. Esperança pelas vossas famílias. Esperança pelas vossas comunidades. Esperança pelo nosso serviço nacional de saúde. Esperança pelo nosso país”, disse o líder trabalhista.

O Reino Unido vai a votos na quinta-feira, numas eleições antecipadas pelo governo para tentar desbloquear o impasse criado no parlamento sobre o processo de saída do país da União Europeia (UE).

O Partido Conservador de Boris Johnson quer recuperar uma maioria absoluta que lhe permita concretizar o ‘Brexit’, já várias vezes bloqueado pelo Parlamento, enquanto o Partido Trabalhista quer travar o acordo de saída negociado por Johnson em Bruxelas, prometendo renegociar os termos e submeter o resultado a referendo.

Uma sondagem divulgada na terça-feira aponta para uma redução da vantagem dos Conservadores sobre o Partido Trabalhista, projetando uma maioria absoluta para Boris Johnson de 339 deputados, contra 359 há duas semanas atrás.

A margem de erro da sondagem admite uma maioria maior, mas também um parlamento dividido [hung parliament], quando nenhum dos dois principais partidos tem maioria absoluta que permita formar um governo sem apoio de outras formações mais pequenas.