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CTT encaram “proximidade” às populações como “vantagem competitiva” face a concorrentes

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O presidente executivo dos CTT afirmou hoje que a proximidade às populações é uma “vantagem competitiva” que a empresa pretende “manter e desenvolver”, pelo que garantirá sempre uma “alternativa” geograficamente “muito próxima” a qualquer loja que decida encerrar.

“Nós garantimos uma alternativa, e próxima, aos encerramentos, até porque a proximidade para nós não tem uma carga negativa, mas é uma vantagem competitiva em relação a outros operadores, nomeadamente na distribuição de encomendas”, afirmou Francisco de Lacerda durante um encontro com jornalistas no Porto.

Adicionalmente, disse, os CTT - Correios de Portugal têm também “obrigações regulatórias” que implicam uma presença com determinada densidade nas várias zonas do país.

De acordo com Francisco de Lacerda, os protestos que têm acompanhado o encerramento de estações dos CTT poderão resultar de alguma dificuldade da empresa na “comunicação” desta ideia de que a proximidade às populações continua a ser uma aposta, sendo prova disso o facto de, globalmente, o total de pontos de acesso no país ter até aumentado de 2.314, no final de 2014, para 2.371, a 31 de março deste ano.

“O que temos feito tem sido transformar lojas dos correios em postos”, disse, explicando que a estratégia passa pela abertura de postos de atendimento em juntas de freguesia ou lojas de comércio local nos casos em que a procura não justifica a existência de uma loja própria dos CTT.

Contudo, assegurou, “todas as actividades do serviço postal universal” estão asseguradas em qualquer um dos modelos, pelo que “as populações não sofrerão no que é vital”.

“Se fechamos uma estação de correios abrimos outra muito perto, nenhuma a mais de umas centenas de metros, não há quilómetros adicionais a percorrer”, asseverou Francisco de Lacerda.

Relativamente ao impacto do encerramento das lojas dos CTT (entre dezembro de 2014 e 31 de março deste ano fecharam 45) nos trabalhadores da empresa, que actualmente rondam os 12.000, o presidente executivo disse que tem afectado “um número relativamente pequeno de pessoas”, cuja saída da empresa tem sido negociada por mútuo acordo ou por reforma.

Segundo referiu, será também nestes moldes que será concretizada a saída de 800 trabalhadores prevista até 2020 no plano de reestruturação da empresa, apresentado em dezembro de 2017.

No que diz respeito à actividade dos CTT, Francisco de Lacerda reiterou a aposta na área de negócios Expresso e Encomendas, actualmente em franco crescimento, em detrimento dos serviços de correio e actividade postal, cujo volume está em queda há vários anos e assim se deverá manter.

“Hoje estamos em níveis de cerca de metade do que era há dez anos. Estamos a fazer cerca de 600 milhões de cartas/ano, quando há dez anos fazíamos 1.300 milhões”, disse, admitindo que “o caminho para assegurar o futuro da empresa” passa por “ajustar a estrutura” e “encontrar novas oportunidades” de desenvolvimento nas “alavancas de crescimento” detectadas, nomeadamente a actividade expresso e os serviços financeiros (através do Banco CTT).

No segmento do Expresso e Encomendas, atualmente muito “impulsionado pelo comércio eletrónico, que está a crescer e a acelerar em Portugal”, Francisco de Lacerda diz que os CTT são hoje líderes de mercado em Portugal, mas com uma quota de mercado de 30%, muito aquém dos mais de 90% de quota de mercado nas cartas.

No âmbito da aposta neste negócio, o presidente executivo avançou o interesse dos CTT em passar a distribuir as encomendas da gigante das compras ‘online’ Amazon no mercado português, à semelhança do que já faz no mercado espanhol.

“Ainda não temos a distribuição da Amazon em Portugal, mas um dia destes serão nossos clientes”, afirmou Francisco de Lacerda.