Madeira

António Costa quer “oferecer uma solução de Governo estável e duradouro” aos madeirenses

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O secretário-geral do PS, António Costa, pretende “oferecer uma solução de Governo estável e duradouro” aos madeirenses nas eleições regionais do próximo ano.

Isso mesmo consta do primeiro capítulo da moção de orientação política que António Costa irá apresentar ao Congresso Nacional do PS, que se realizará entre 25 e 27 de Maio na Batalha, distrito de Leiria.

Logo no início da moção é feita uma referência às eleições regionais de 2019 na Madeira, em relação às quais a direcção dos socialistas não estabelece qualquer meta eleitoral específica, mas deixa bem claro o que pretende.

“A expectativa do PS é oferecer uma solução de Governo estável e duradoura aos madeirenses, em consequência de um projecto político abrangente envolvendo a sociedade madeirense”, aponta-se.

Recorde-se que a direcção do partido na Madeira, presidida por Emanuel Câmara, apoia Paulo Cafôfo, presidente da Câmara Municipal do Funchal, para candidato à presidência do Governo Regional, nas eleições do próximo ano, um nome que reúne consensos no Largo do Rato, em Lisboa, e há muito apreciado também pelo secretário-geral do PS.

A moção de António Costa concentra-se sobretudo em “quatro desafios estratégicos e de impacto transversal para o futuro: as alterações climáticas, a demografia, a sociedade digital e as desigualdades”.

“Estes temas não esgotam a resposta à construção do futuro, mas colocam o PS na dianteira do debate sobre o futuro. O PS pode agora preparar de forma participada e aprofundada o programa eleitoral com que se apresentará às eleições legislativas de 2019”, defende-se na moção.

O próximo ciclo eleitoral, segundo o secretário-geral do PS, “é da maior importância para o país”. “Virada a página da austeridade, será neste novo ciclo que se irão reforçar as condições para que Portugal vença os desafios estratégicos da próxima década”, adverte António Costa.

O secretário-geral do PS considera que o Governo cumpriu todos os compromissos que assumiu com os parceiros de esquerda parlamentar, mas adverte que o grande desígnio é tornar sustentável o actual ciclo de crescimento e emprego.

Intitulada “Geração 20/30”, na moção do líder socialista manifesta-se apoio político à actual solução governativa, embora não haja uma única referência específica ao Bloco de Esquerda, ao PCP e ao PEV, os partidos que suportam o actual Governo.

“Cumprimos e estamos a cumprir tudo aquilo com que nos comprometemos perante os portugueses e perante os nossos parceiros parlamentares. E se hoje os resultados são melhores é porque boas políticas dão bons resultados”, sustenta-se no documento, que foi coordenado pela secretária de Estado e dirigente socialista Mariana Vieira da Silva.

Na moção de António Costa é sublinhado que “a política de devolução de rendimentos levou a um aumento da confiança que deu um impulso decisivo à recuperação da economia”.

“O crescimento de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto) registado em 2017 foi o maior deste século, o rendimento real das famílias aumentou 4,7% em dois anos, o investimento cresceu 9,1% em 2017 e há hoje menos 80 mil pessoas em situação de pobreza”, refere-se.

No entanto, a seguir, já no capítulo das conclusões, o líder socialista frisa que “o grande desígnio que o PS deve assumir na entrada da terceira década do século XXI é o de consolidar a recuperação económica e social conseguida nos últimos anos”.

Para António Costa, os próximos governos têm de “criar condições para prolongar e tornar sustentável o ciclo de crescimento da riqueza e do emprego”.

“Trata-se, por um lado, de fortalecer de forma estrutural as condições para o país responder aos desafios contemporâneos e, por outro, de reduzir de modo igualmente sustentado os impactos negativos nas nossas economia e sociedade de ciclos desfavoráveis da envolvente internacional”, sublinha-se.

No plano puramente político, apesar de se destacar a importância do próximo ciclo eleitoral com europeias e legislativas em 2019, tal como se esperava, não é feita qualquer referência sobre o resultado que os socialistas ambicionam alcançar nestes atos eleitorais e muito menos consta uma ideia de maioria absoluta como condição essencial de Governo.

Pelo contrário, o secretário-geral do PS considera que, nestes últimos dois anos e meio, foi possível “construir uma alternativa que provou ser estável e coerente, que rompeu o conceito de ‘arco da governação’ e acabou com o tabu das soluções governativas com apoio maioritário da esquerda, assim enriquecendo a democracia”.

“Ao longo destes dois anos e meio o Governo do PS foi cumprindo os compromissos que assumiu no seu programa eleitoral, primeiro, e no Programa do Governo, depois, nas diferentes áreas”, advoga-se no documento, antes de nele se elencarem dezenas de medidas tomadas pelo atual executivo, desde a reposição de salários, à reversão de privatizações, até à área da fiscalidade, passando pelas leis laborais, cultura e ciência.