Jornalistas portugueses impedidos de entrar na Venezuela
O ministro dos Negócios Estrangeiros português alertou hoje para a necessidade de os jornalistas “conhecerem e respeitarem” as regras de entrada em qualquer país, depois de uma equipa da SIC ter sido impedida de entrar na Venezuela.
“Eu gostaria de aproveitar para chamar a atenção para a necessidade de os jornalistas que entendam deslocar-se em trabalho a qualquer país se conformarem, conhecerem e respeitarem as regras de entrada nesse país”, afirmou Augusto Santos Silva, à margem de uma conferência de imprensa no Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre os actos consulares realizados em 2016.
Uma equipa da estação televisiva SIC foi retida esta quinta-feira no aeroporto à chegada a Caracas, sendo obrigada a regressar a Portugal, disse uma fonte diplomática à agência Lusa.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, explicou hoje que os jornalistas devem fazer um pedido à embaixada da Venezuela em Lisboa, solicitando autorização para trabalhar naquele país.
No caso dos dois jornalistas da SIC, foram “detectados problemas de acreditação”, à chegada a Caracas, indicou na quinta-feira a mesma fonte diplomática à Lusa.
O responsável das comunidades afirmou que as autoridades portuguesas “estão disponíveis para auxiliar nos contactos com a embaixada” para facilitar este processo, mas afirmou desconhecer se esta situação está a ser desbloqueada.
José Luís Carneiro recordou que, na última visita que fez à Venezuela, em junho, vários jornalistas portugueses quiseram acompanhar a deslocação, mas apenas um repórter da Antena 1 conseguiu fazê-lo, por ser o único devidamente acreditado pelas autoridades venezuelanas.
Segundo a SIC, o jornalista e o repórter de imagem foram considerados “inadmissíveis no território”, onde fariam a cobertura televisiva das eleições para a Assembleia Constituinte proposta pelo Presidente Nicolás Maduro, previstas para domingo.