Crónicas

Relatório de Combate às Cuecas Brancas

Uma omissão da escrita de Alberto João Jardim é o de explicar porque não põe as “patas” em tribunal

“Relatório de combate” – Livro de Alberto João Jardim – DN.11.04.2017

1. Como as memórias são os alicerces da identidade de uma pessoa, qualquer “autobiografia” tende a desmemoriar-se, omitir e falsificar a história. Portanto – muito cuidadinho a ler estas 848 páginas do “Relatório de Combate” de Alberto João Jardim. Jardim tem uma obsessão doentia pela imortalidade da sua pessoa e da obra. Não percebe – nunca vai perceber – que o exercício de quarenta anos de poder político da Madeira não se apaga nem se esgota apenas num jogo de espelho. O que fez – e muito bem fez pela Madeira e os madeirenses - o tempo tem memória. No caso da obra física, até está na historia gravada em ridículas placas de inaugurações. Talvez mesmo o maior marco do seu inenarrável narcisismo político muito típico de um implacável manipulador de consciências.

2. Ao folhear as 848 paginas do “Relatório de Combate” – já com o dedo mendinho estuprado com a ausência de outro tipo de prazeres – não consegui ler nada sobre eleições fraudulentas, ofensas graves á liberdade de imprensa e de expressão, o “chulo” do Jornal da Madeira, perseguições políticas desde o avô ao netinho, o demente do Jaime Ramos, a Fundação Social Democrata do Crime, Sociedades de Desenvolvimento da desorçamentação e extravio de dinheiros públicos, dívida de 1,2 mil milhões dolosamente escondida da contabilidade pública, corrupção de colegas de governo e de tachos a familiares e amigos, iliteracia intencional dos madeirenses - e tudo o mais que a historia da luta pela Autonomia da Madeira também não vai apagar. Mesmo que os livros omitam e não haja qualquer placa a inaugurar a insanidade mental na testa de Alberto João Jardim.

3. Uma omissão da escrita de Alberto João Jardim é o de explicar porque não põe as “patas” em tribunal – e, quando as põe, mente e deixa a culpa morrer, por exemplo, no colo do Santos Costa. Ele que difamou tudo e todos – “que se foda a Assembleia da República ou filhos-da-puta dos jornalistas” – e é o campeão das queixinhas em tribunal contra a liberdade de expressão na Madeira – não põe as “patas” em tribunal por ser geneticamente um covarde. É as cuecas brancas da autonomia da Madeira.