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Catarina Martins diz que há situações de “extrema precariedade” nos portos

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) disse hoje que a atividade portuária tem crescido em Portugal, mas que apesar desse crescimento alguns dos trabalhadores dos portos vivem em situações de “extrema precariedade”, algo que é urgente combater.

“Nos portos observamos as formas mais extremas de precariedade em condições de trabalho muito duras porque em sítios onde se movimentam milhares de toneladas as condições de trabalho são duras e de grande risco”, afirmou Catarina Martins, após uma reunião com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em Matosinhos, distrito do Porto.

É altura de respeitar os direitos de quem trabalha, considerou a bloquista, sublinhando que existe no Porto de Leixões, como noutros portos, situações de “enorme precariedade e de enorme injustiça” entre os trabalhadores.

Frisando que o BE está empenhando num plano nacional de combate à precariedade no setor publico e no setor privado, a líder do BE disse que todo o crescimento económico deve ser em nome de uma economia mais justa.

“Seguramente viveremos muito melhor se o crescimento da economia que o porto tem, que é grande, for também transformado em direitos para quem vive e trabalha em Portugal”, considerou.

Para Catarina Martins é preciso acrescentar aos projetos de infraestruturas a componente de respeito de quem trabalha no porto e combater a precariedade.

Partilhando da mesma opinião, o presidente do Sindicato Nacional de Estivadores, António Mariano, adiantou que as suas principais preocupações no Porto de Leixões, como noutros portos, são a precariedade.

O objetivo desta estrutura sindical é uniformizar as condições de trabalho porque, exemplificou, no Porto de Lisboa a precariedade está reduzida ao mínimo, já em Setúbal o número de trabalhadores em situação precária é quase dez vezes o número dos efetivos.

Afirmando que não há, para já, perspetivas de greve, António Mariano, salientou que o objetivo é lutar e convencer as administrações de que nada justifica condições tão diferentes no país.