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UE, preocupada e vigilante, apela à calma no Zimbabué

Trata-se da primeira aparente tentativa de golpe de Estado militar em 37 anos

Para já não há conhecimento de quaisquer problemas com a comunidade lusa no Zimbabué. FOTO Reuters
Para já não há conhecimento de quaisquer problemas com a comunidade lusa no Zimbabué. FOTO Reuters

A União Europeia (UE) está a acompanhar “com preocupação” a situação no Zimbabué, apelando ao diálogo e ao respeito pelos direitos dos cidadãos e à resolução pacífica da crise, disse hoje uma porta-voz da Comissão Europeia.

“A situação no Zimbabué é uma fonte de preocupação para a UE e estamos a acompanhar de muito perto o que se está a passar no terreno”, disse uma porta-voz para os Negócios Estrangeiros na conferência de imprensa diária do executivo comunitário.

A UE apela “a todos os agentes relevantes que passem da confrontação ao diálogo com o objectivo de uma resolução pacífica”, acrescentou a porta-voz.

Catherine Ray salientou também que, para Bruxelas, “os direitos fundamentais dos cidadãos têm que ser respeitados, bem como a ordem constitucional e a governação democrática”.

O Zimbabué foi palco ao longo das últimas horas de uma aparente e inédita tentativa de golpe de Estado protagonizada pelos militares, que mantêm detido o chefe de Estado.

As forças armadas zimbabueanas têm Mugabe, 93 anos, e a mulher, Grace, em local incerto e estão a garantir o controlo de todas as instituições governamentais, ao mesmo tempo que patrulham as ruas de Harare, a capital de um país que alberga cerca de 1.200 cidadãos portugueses, alguns já lusodescendentes, não havendo conhecimento de quaisquer problemas com a comunidade lusa no Zimbabué.

A acção político-militar tem as características de um golpe de Estado, uma vez que foram também detidos ou colocados sob prisão domiciliária grande parte dos membros do executivo de um dos decanos africanos, que está no poder há 37 anos, estando também nas mãos dos militares a televisão e rádio nacionais. Não obstante, os apoiantes dos militares disseram tratar-se de uma “correcção sem derramamento de sangue”.