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Sindicato dos Mossos d’Esquadra lamenta “profundamente” quase 500 feridos

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O sindicato das chefias dos Mossos d’Esquadra (polícia catalã) lamentou hoje “profundamente” que a consequência das intervenções policiais para impedir o referendo independentista na Catalunha seja “neste momento, um balanço de 467 feridos”.

“Como polícia moderna e democrática, não entendemos nenhuma atuação que não esteja regida pelos princípios da congruência, oportunidade e proporcionalidade, já que o objetivo final deve ser a manutenção da paz e da convivência”, afirma o sindicato (SICME), em comunicado.

As chefias da polícia catalã acrescentam que o dispositivo dos Mossos está concebido “com um escrupuloso respeito pelas ordens recebidas” e com a aplicação daqueles princípios.

“A sociedade que servimos não merece outra coisa”, indicam as chefias dos Mossos.

“Pedimos a toda a sociedade catalã que continue a manter a calma que, apesar dos graves acontecimentos, é necessário conservar”, apela ainda a nota.

A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.

Face à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.

A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.

Estas forças retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont, que acabaria por votar noutro local.

O departamento de saúde do governo catalão anunciou que 465 pessoas foram atendidas hoje nos hospitais e centros de saúde, “na sequência das cargas policiais”, para impedir o referendo pela independência na região.

A meio da tarde os Serviços de Saúde da Catalunha informaram que o número de pessoas feridas nos distúrbios ascendia a 91 pessoas, um número muito inferior ao que o governo regional catalão estava a divulgar nessa altura: 337.

Um porta-voz dos Serviços de Saúde catalães confirmou que tinham dado entrada nos hospitais e centros de saúde 337 pessoas, mas que muitas delas tinham sido atendidas por se terem sentido mal ou por problemas ligeiros [tonturas, ataques de ansiedade, indisposições].

“Entre estes [337] contam-se 90 feridos e um ferido grave, num olho”, indicou a mesma fonte.