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Nova lei francesa facilita o encerramento de locais de culto suspeitos

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O Parlamento francês aprovou hoje definitivamente uma controversa lei anti-terrorista instada pelo Presidenteda República, Emmanuel Macron, e que suscita receios de violação da liberdade pública.

O Senado aprovou com grande maioria o texto que visa transpor para a lei comum certas medidas do estado de emergência, que está em vigor desde os atentados de Paris de 13 de Novembro de 2015 e deverá terminar a 1 de Novembro.

Essas medidas do estado de emergência conferem às autoridades poderes excepcionais.

Os deputados já tinham aprovado na semana passada a lei que deverá substituir o estado de emergência a partir do dia 1 de Novembro.

As autoridades administrativas, especialmente os prefeitos [autoridades regionais] terão os seus poderes reforçados.

A nova lei facilita as investigações, a prisão domiciliária e o encerramento de locais de culto considerados suspeitos e ainda reforça os controlos de identidade nas fronteiras e junto às estações ferroviárias.

São mais de metade (57%) os franceses que apoiam a nova lei apesar de 62% acreditarem também que “tende a deteriorar as suas liberdades”, segundo uma sondagem da Fiducial/Odoxa.

Alguns defensores da liberdade pública, entre eles especialistas da ONU, classificam a lei como “liberticida”.

“A normalização deste projecto de lei de acções de emergência ameaça seriamente a integridade da proteção dos direitos em França”, alertou recentemente o especialista em direitos humanos da ONU, Fionnuala Ní Aolain.

Para o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, a nova lei constituí “uma resposta duradoura a uma ameaça que se tornou duradoura”.

A votação coincidiu hoje com um discurso de Macron perante os representantes das forças de segurança onde falou sobre a política de segurança.

O presidente afirmou que a ameaça terrorista é “prioridade absoluta” e que, com a nova lei, dará à polícia “meios para serem mais eficazes”.