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NATO lamenta adoção de tratado da ONU que proíbe armas nucleares

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A NATO lamentou hoje a adopção, por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), de um tratado que proíbe armas nucleares, afirmando que este “ignora” a complexidade das ameaças à segurança global.

O acordo “ignora a realidade do ambiente de segurança internacional, que é cada vez mais complexo”, dizem os 29 Estados-membros da NATO num comunicado divulgado hoje.

Este é o primeiro tratado global da ONU para proibir armas nucleares e foi votado a 07 de julho deste ano, em Nova Iorque, tendo obtido 122 votos a favor. Os Países Baixos, um dos estados membros da NATO, votaram contra e foi ainda registada uma abstenção.

O tratado obteve forte oposição dos países com capacidade nuclear, que boicotaram as negociações.

Para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), “o mundo deve permanecer unido face a ameaças crescentes”, particularmente “a séria ameaça representada pelo programa nuclear norte-coreano” e, acrescenta, “este tratado não leva em conta esses desafios urgentes de segurança”.

O Conselho do Atlântico Norte considerou que o tratado “não será eficaz, não reduzirá os arsenais nucleares, nem contribuirá para a paz e estabilidade internacionais”, uma vez que só abrange países que não possuem armas nucleares.

A organização afirma que o acordo poderá mesmo ter um efeito contrário ao pretendido e “criar divisões e divergências”, numa altura em que uma “abordagem unificada” para as ameaças é “mais necessária do que nunca”.

Os 29 países da NATO recusam-se a apoiar o acordo e rejeitam argumentos de que criaria “novas obrigações legais” no direito internacional.

A organização, que reúne as maiores potências ocidentais, considera também que este novo tratado poderá “enfraquecer” o tratado de não-proliferação nuclear (TNP) de 1968.

A NATO lembra ainda que os seus Estados-membros “reduziram radicalmente o número de armas nucleares na Europa” após o fim da Guerra Fria e acrescenta que o objetivo da sua capacidade nuclear é “preservar a paz, impedir ações coercitivas e desencorajar qualquer agressão.

“Enquanto houver armas nucleares, a NATO continuará a ser uma aliança nuclear”, conclui a organização.