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Museu dedicado ao ‘graffiti’ abre portas em Berlim

Foto DR
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Um museu dedicado ao ‘graffiti’ abriu em Berlim, no último sábado, com o intuito de promover o movimento de arte urbana, contando com um espaço de arquivo para trabalhos.

A instituição Urban Nation criou o Museu para a Arte Urbana Contemporânea para concentrar obras associadas ao movimento artístico proveniente de Nova Iorque, aquando da década de 1970, com os artistas a “marcarem os túneis do metro”.

A exposição inaugural do museu contém obras de mais de 100 artistas de rua a trabalharem atualmente, desde Shepard Fairey a Ron English e Blek le Rat, o parisiense “considerado o pioneiro do ‘graffiti’ com stencil”.

O artista francês de 66 anos, que estudou na Escola de Belas Artes de Paris, ficou conhecido por desenhar ratos nas ruas da capital francesa, em 1980, e afirmou estar entusiasmado com a validação do seu trabalho por parte do museu.

Blek le Rat descreveu, ao britânico The Guardian, a corrente artística que integra como “a mais importante da história da arte porque ao contar o número de peças a serem feitas por todo o mundo e o número de artistas envolvidos, [o contributo] é enorme”.

Na sua ótica o museu Urban Nation representa um “ponto de viragem”, uma vez que “sempre foi um objetivo para os artistas urbanos serem aceites nas instituições” e “se por um lado a arte é feita em locais ilegais, por outro (...) todos os artistas querem fazer parte do mundo artístico”.

De acordo com a página da instituição, o museu possui “uma coleção única de obras de arte reunidas em contínuo com a série do Projeto M/ e vai continuar a crescer”.

A diretora do espaço, Yasha Young, salienta que as obras são uma “extensão do que acontece nas ruas”, aproveitando para rejeitar a ideia de que trazer arte urbana para um museu diminui o impacto desta.

Young, que dedicou os seus últimos dez anos à criação da galeria, deseja que o museu dê mais credibilidade à arte urbana difundida globalmente, sendo que a instituição inclui também uma coleção da fotógrafa Martha Cooper, que tem documentado o movimento ao longo de quatro décadas.

O motivo central para o Urban Nation é “transmitir à arte de rua um fundamento e integridade antes que esta se transforme num movimento engolido pela publicidade”, acrescenta a diretora.