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Farmácias registam 85% de escassez de medicamentos na Venezuela

Desde há três anos que são cada vez mais frequentes as queixas de falta de medicamentos no mercado local. FOTO Reuters.
Desde há três anos que são cada vez mais frequentes as queixas de falta de medicamentos no mercado local. FOTO Reuters.

A Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven) denunciou na sexta-feira que o sector farmacêutico da Venezuela está a passar por “graves” dificuldades económicas e que as farmácias registam 85% de escassez de medicamentos.

“A situação é bastante crítica, sobretudo no último degrau da cadeia, que são as farmácias (...) o problema não é a distribuição, é um problema de abastecimento”, disse aos jornalistas o presidente da Fefarven.

Segundo Freddy Ceballos, parte do problema deve-se a que o Governo “não estimula a produção” local de medicamentos” e “não consegue entender que são precisas matérias-primas” para fabricar os medicamentos, pelo que se avizinha uma crise de fármacos.

Por outro lado está também a descida periódica do número de unidades de medicamentos que é importada.

“Quando baixa de 740 milhões de unidades para 264 milhões, isso reflecte a escassez que estamos vivendo”, afirmou.

Segundo aquele responsável na Venezuela existe uma farmácia para cada sete mil habitantes e no último ano pelo menos 70 farmácias foram à falência, “e a situação continua piorando”.

Por outro lado os laboratórios farmacêuticos “estão a trabalhar abaixo de 50% da capacidade” que têm para fabricar medicamentos, porque o Governo venezuelano não autoriza o acesso do sector a dólares para as importações, na sequência do sistema de controlo cambial que desde 2013 vigora no país e que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira.

“Desde outubro do ano passado que não autorizam dólares preferenciais para a indústria farmacêutica”, frisou.

Desde há três anos que na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população de dificuldades para conseguir produtos básicos e medicamentos no mercado local.

Também há críticas de que alguns medicamentos chegam ao país a preços excessivamente altos tendo em conta os salários locais.