Madeira

Sindicato dos Professores fala em “greve histórica” na Madeira

“Sem deputados há futuro, sem professores não há”, disse Francisco Oliveira num dia em que a greve paralisou várias escolas

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Os números ainda estão a ser apurados, mas Francisco Oliveira, coordenador do Sindicato de Professores da Madeira (SPM), garante que a greve desta quarta-feira está a ter uma adesão em massa que deixará centenas de alunos sem aulas.

“Hoje temos escolas do 2.º, 3.º Ciclo e Secundário já acima dos 50%”, disse Oliveira, lembrando que se tratam de estabelecimentos de ensino que não tiveram expressão na última greve, a 27 de Outubro. Por isso, pediu palmas para todos os professores em greve que “não tem medo” de lutar pelos seus direitos. “É uma greve história”, afirmou ao microfone.

Os dados apurados até ao momento pelo SPM nas escolas secundárias indicam uma adesão muito significativa que nunca se verificou na Madeira: Calheta, Fajã da Ovelha, Bartolomeu Perestrelo e Campanário (50%), Jaime Moniz (40%), Francisco Franco (30%), Porto Santo, Carmo e Ribeira Brava (60%), Ponta do Sol (70%) e Caniço (86%).

As escolas do 2.º Ciclo registaram uma adesão acima dos 60% e no 1.º Ciclo a greve está também a ser bastante sentida com Garachico e Campanário a paralisar (100%), Porto Santo nos 70%, Lombo da Guiné com 85% e Calheta nos 80%, anunciou o coordenador do SPM.

Alertando que o Orçamento Regional de 2018 ainda não foi discutido, Francisco Oliveira dirigiu a segunda parte do discurso aos deputados regionais : “Estamos a tempo de exigir aquilo a que temos direito”. O apelo foi mais longe, depois de várias gritos de ordem apoiados pelas centenas de professores paralisados em frente à Assembleia Legislativa da Madeira. “Sem deputados há futuro, sem professores não há”, afirmou o coordenador sindical, arrancando assobios e gritos de apoio dos docentes.

A proposta de resolução a entregar na Secretaria de Educação e Vice-presidência do Governo Regional foi aprovada por unanimidade dos professores associados do sindicato. Entre os pontos desta resolução consta o desafio ao PSD-M para marcar reuniões para discutir estas matérias, de modo a garantir que todo o tempo de serviço cumprido seja tido em conta no descongelamento da carreira docente.