O prémio de jornalismo do Festival Literário Escritaria, na categoria Carreira, foi hoje atribuído em Penafiel a Germano Silva, de 86 anos, antigo profissional do Jornal de Notícias, onde trabalhou quatro décadas.

O laureado, que é natural de Penafiel, recebeu o galardão das mãos do presidente da Câmara de Penafiel, Antonino Sousa, numa cerimónia pública, no âmbito do evento que, desde sexta-feira, está a homenagear o escritor Miguel Sousa Tavares.

Aos presentes, Germano Silva afirmou que não contava com o prémio e que aquele foi ainda “mais sentido” por ser atribuído na sua terra-natal.

O jornalista começou a sua carreira em 1956 e aposentou-se em 1996. Na cerimónia, recordou que começou na profissão, como estagiário, numa altura em que não havia escolas de jornalismo.

“Havia chefes de redação que eram amigos e mestres”, contou.

Sobre os “tempos antigos”, como designou aquele período, disse que se trabalhava “longe da época dos telemóveis” e que quando apareceu o fax foi “uma grande alegria”.

Afirmando-se um “contador de histórias”, na sua longa carreira destacou-se também o trabalho que realizou na história da cidade do Porto.

O laureado de hoje já tinha sido distinguido, ao longo do seu percurso, pelas câmaras do Porto e de Penafiel, com medalhas de ouro de mérito e pela Universidade do Porto, que atribuiu o título de doutor “honoris causa”

A organização do Escritaria anunciou também a instituição de um concurso literário, apoiado pelo Rotary Club de Penafiel, que terá Germano Silva como patrono.

“Não contava que o meu nome aparecesse como patrono de um prémio que muito me honra”, comentou hoje.

O presidente da Câmara explicou que o prémio constitui “um incentivo para apoiar e encorajar o aparecimento de novos valores literários”, além de homenagear uma figura importante natural do concelho.

O prémio vai distinguir obras inéditas, de todos os géneros literários, e destina-se a autores dos 16 aos 35 anos de idade. A obra vencedora será editada.