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Rui Rio diz ser “justo” que Governo pague subsídio social de mobilidade

Líder do PSD tem posição contrária ao adversário socialista António Costa que diz que as Regiões Autónomas deviam pagar este custo “absurdo e ruinoso”

Foto EDUARDO COSTA/LUSA
Foto EDUARDO COSTA/LUSA

O presidente do PSD definiu hoje como “justo” o pagamento da parte do Governo do subsídio social de mobilidade a residentes na Madeira e Açores, lamentando que o primeiro-ministro e líder do PS ponha em causa este princípio.

“Entendo que há um dever nacional de respeitar a continuidade territorial da nação. Desse ponto de vista, é justo, é correto que o Governo nacional comparticipe na redução do custo das passagens para os açorianos e para os madeirenses”, vincou Rui Rio, falando em São Miguel, no arranque de uma visita de dois dias à ilha açoriana.

Em entrevista ao Diário de Notícias da Madeira, noticiada na terça-feira pelo Açoriano Oriental, o líder do Governo e do PS, António Costa, definiu o subsídio social de mobilidade como “absurdo e ruinoso”, e defendeu a transferência da sua gestão do Estado central para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

“Lamento que o PM venha pôr em causa este princípio”, de pagamento do Estado do subsídio, prosseguiu hoje Rui Rio.

Para o social-democrata, urge pensar é nas “pessoas que não têm dinheiro para avançarem 500, 600, 700 euros, porque só recebem o reembolso” das viagens “mais tarde”.

“É responsabilidade dos governos nacional e regionais encontrar um equilíbrio para que as pessoas que não têm dinheiro tenham o mesmo direito que as que têm dinheiro. É uma questão de tesouraria, de avançar o dinheiro uma vez”, de “criar uma bolsa” para o efeito, vincou.

E insistiu: “Não podemos distinguir os que têm dinheiro dos que não têm dinheiro numa matéria destas, de Estado”.

Diversos partidos reagiram às declarações de António Costa, tendo o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, considerado que o atual modelo de acessibilidades aéreas de e para a região trouxe “inegáveis vantagens” ao arquipélago, mas afirmando também que o primeiro-ministro “tem razão” ao pedir o seu “aperfeiçoamento”.

Nos Açores, o modelo de subsídio de mobilidade define que, nas viagens entre a região e o continente, haja reembolso para os residentes no arquipélago no montante entre a diferença do bilhete comprado e valor máximo de 134 euros, por viagem de ida e volta.

Para viagens entre os Açores e a Madeira, o montante em causa é de 119 euros.

Antes de este modelo entrar em vigor, não havia reembolsos das viagens e apenas as transportadoras aéreas SATA e TAP operavam para os Açores, enquanto atualmente também a Ryanair voa regularmente para São Miguel e para a Terceira.

Os CTT são a entidade prestadora do serviço de pagamento do subsídio social de mobilidade aos cidadãos beneficiários, no âmbito dos serviços aéreos entre o continente e a Região Autónoma dos Açores.