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Ministro do Ambiente apela para fim da greve dos motoristas

Foto Lusa
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O ministro do Ambiente apelou hoje para o fim da greve dos motoristas de matérias perigosas, no dia em que está marcado um plenário desses trabalhadores para decidir se continuam ou terminam o protesto.

“Num dia que é obviamente importante porque há um plenário do sindicato [dos motoristas de matérias perigosas], apelo às partes para um entendimento e para que a greve chegue ao fim”, afirmou João Pedro Matos Fernandes numa conferência de imprensa no Porto, para fazer um balanço da situação de emergência energética no país no sétimo dia da greve dos motoristas de matérias perigosas.

O ministro adiantou ainda que os serviços mínimos foram, no sábado, “ultrapassados”, tendo sido “cumpridos a 123%”, o que “traduz a existência de um número expressivo de trabalhadores que já não estão em greve”.

De acordo com o governante, no sábado “estavam previstos 256 transportes de combustível e foram executados 315”.

Quanto à possibilidade do fim da greve, Matos Fernandes considerou “um bom sinal” o comunicado da Antram de sábado, a disponibilizar-se para integrar um processo de mediação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.

“[O comunicado] deixa uma claríssima capacidade para negociar” com o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), o único que se mantêm em greve, observou.

“Sentimos que existem todas condições para que o único sindicato que se mantém em greve se sente à mesa para negociar”, acrescentou.

O ministro afirmou ainda que “a forte expectativa que o Governo tem” é que, no plenário de trabalhadores, “haja condições para desconvocar a greve”.

Assim, será possível ao SNMMP procurar “outra forma de defender os interesses trabalhadores, nomeadamente através da negociação mediada pelo Governo”.

Relativamente ao abastecimento de combustível durante o dia de hoje, Matos Fernandes lembrou que, por ser domingo, apenas é feito abastecimento aos aeroportos de Lisboa e Faro, algo que estava a decorrer com normalidade.

O ministro destacou ainda que as duas refinarias, de Sines e de Leça da Palmeira, em Matosinhos, estão hoje “em prontidão para satisfazer qualquer abastecimento necessário”.

“Até esta hora, foi feito apenas um pedido, que foi satisfeito. Se houver mais alguma rutura [em postos de abastecimento de combustível], estas refinarias estão prontas para fazer o transporte”, assegurou.

Matos Fernandes revelou ainda que “a utilização das forças armadas”, no âmbito da requisição civil decretada pelo Governo devido a um incumprimento nos serviços mínimos, “tem vindo a reduzir-se”.

“Durante noite não houve. Desde as 07:00 há três equipas a fazer transporte de Aveiras para o aeroporto de Lisboa, substituindo três baixas declaradas por trabalhadores durante a noite”, descreveu.

Há ainda “seis equipas das forças armadas” para assegurar serviços que possam ser postos em causa devido à participação de trabalhadores no plenário desta tarde.

“Neste sétimo dia de greve, consolida-se a ideia de normalidade na distribuição de combustíveis”, notou.

A greve dos motoristas de matérias perigosas entra hoje no sétimo dia, com as atenções voltadas para um plenário de trabalhadores que decorrerá esta tarde, pelas 16:00, e que deverá decidir sobre a continuidade da paralisação.

A greve começou na segunda-feira, 12 de agosto, por tempo indeterminado, para reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.