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Rússia volta a defender a presença dos seus militares na Venezuela

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A Rússia voltou a defender hoje a presença dos seus militares na Venezuela e recomendou aos Estados Unidos que parem de “ameaçar” o país sul-americano, que atravessa uma profunda crise política e social.

“Recomendamos que os Estados Unidos parem de ameaçar a Venezuela, de sufocar a sua economia e empurrar o país para uma guerra civil, violando abertamente a lei internacional”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russos, Maria Zakharova, num comunicado.

“Nós apelamos a todas as forças políticas venezuelanas que coloquem os interesses da sua terra natal acima das suas próprias ambições para o diálogo”, acrescentou.

Os Estados Unidos voltaram a alertar a Rússia, na sexta-feira, contra o envio de militares para a Venezuela, dizendo que estão prontos para defender os seus interesses e os de “seus parceiros” na região.

“A Rússia indicou claramente o propósito do envio dos seus especialistas a Caracas. Não se trata de um ‘contingente militar’, respondeu Maria Zakharova, na sexta-feira.

O Kremlin pediu na quarta-feira ao Presidente norte-americano, Donald Trump, para não “interferir” nos acordos bilaterais entre a Venezuela e a Rússia, dizendo que os russos se encontram no país sul-americano como parte dos tratados já assinados entre os dois países.

Em 2011, a Rússia e a Venezuela assinaram um acordo de cooperação militar que prevê a venda de armas russas para Caracas financiadas por crédito russo.

Dois aviões militares russos aterraram no dia 23 de março no Aeroporto Internacional de Caracas, transportando tropas e equipamentos.

O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, afirmou na sexta-feira que “ninguém se deve preocupar” com a chegada de militares russos ao país, uma situação denunciada pela oposição e entendida como “uma provocação” por Washington.

O líder da oposição e autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, denunciou a chegada de tropas russas no país, dizendo que a Constituição foi violada.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor Juan Guaidó se autoproclamou Presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela encarregado de organizar eleições livres e transparentes naquele país.

Na Venezuela, a confrontação entre as duas fações tem tido repercussões políticas, económicas e humanitárias.