ONU e Colômbia alertam para insuficiência da ajuda externa
As Nações Unidas e as autoridades colombianas alertaram hoje para a insuficiência por parte da comunidade internacional para ajudar os deslocados venezuelanos que se refugiaram na Colômbia.
O alerta foi lançado pelo representante especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para os refugiados venezuelanos, Eduardo Stein, e pelo chefe da diplomacia colombiana, Carlos Holmes Trujillo, em conferência de imprensa realizada em Bogotá.
Eduardo Stein disse que a Colômbia recebeu menos de um terço da ajuda financeira necessária para ajudar a crescente crise migratória da Venezuela, considerando que o número de venezuelanos que opta por se refugiar no país vizinho “ultrapassou largamente” a capacidade de assistência colombiana.
Mais de 1,4 milhões de venezuelanos encontram-se registados como refugiados na Colômbia.
“A mobilização de recursos (da comunidade internacional) continua a ser insuficiente se se tiver em conta que nos últimos três meses a Colômbia recebeu mais de 111 mil novos migrantes”, ascendendo agora a 1.408.055 o total de venezuelanos que atravessaram a fronteira para fugir à crise económica, social e política no seu país, referiu Carlos Holmes Trujillo.
Ao apresentar o balanço do dinheiro recebido, Holmes Trujillo recordou que dos 315 milhões de dólares (284 milhões de euros) previstos para atender à crise, até maio a comunidade internacional apenas libertou “20,9%, ou seja, 66 milhões de dólares (59 milhões de euros)”.
A Venezuela vive uma crise social, económica e política, com reflexos humanitários, desde que em janeiro passado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional - onde a oposição é maioritária -, se autoproclamou Presidente interino, questionando e desafiando a legitimidade do chefe de Estado Nicolás Maduro.
No total, mais de quatro milhões de venezuelanos optaram por se refugiar noutros países, nomeadamente a Colômbia e o Brasil.