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ONU apela à Colômbia que proteja ex-combatentes das FARC

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O emissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Colômbia, Carlos Ruiz, apelou hoje ao Governo do país para que proteja os ex-combatentes da antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Falando numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, Carlos Ruiz alertou que a paz na Colômbia “não poderá ser plenamente alcançada se as vozes corajosas dos responsáveis sociais continuarem a ser silenciadas pela violência e se continuarem a morrer combatentes que abandonaram as armas”.

Segundo a missão da ONU na Colômbia, em 2019 ocorreram 77 assassinatos de ex-combatentes da antiga guerrilha marxista das FARC, contra 65 em 2018 e 31 em 2017.

Desde a assinatura do acordo de paz entre as FARC e o governo do ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos, em novembro de 2016, foram registadas 173 mortes, 14 desaparecidos e 29 tentativas de homicídio.

Segundo as autoridades colombianas, 80% dos ataques foram perpetrados por grupos armados e organizações criminais com ligações ao narcotráfico e a outras atividades ilegais.

A ministra colombiana dos Negócios Estrangeiros, Claudia Blum, já veio confirmar a decisão do Presidente da Colômbia, Iván Duque, de prolongar até 2022 a missão da ONU no país.

A dissolução da guerrilha das FARC, hoje um partido político, e o desarmamento de 7.000 combatentes diminuiu o nível de violência na Colômbia, mas grupos armados, incluindo com ligações à extrema-direita, continuam ativos em zonas recuadas do país, alimentadas, principalmente, pelos recursos extraídos do narcotráfico.

Os antigos guerrilheiros das FARC e os líderes comunitários são considerados geralmente um obstáculo para estes grupos criminais, que procuram controlar os territórios também para aumentar as culturas ilegais de coca destinadas ao fabrico de cocaína.