Os consumidores norte-americanos são os que estão a sofrer mais o impacto económico da guerra comercial com a China, pagando preços mais altos pelos produtos importados, segundo um relatório das Nações Unidas hoje divulgado.

A guerra comercial entre os EUA e a China dura há quase dois anos e provocou uma escalada de tarifas retaliatórias por parte dos dois países, causando um declínio acentuado no comércio bilateral e afetando a economia mundial.

Um relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) hoje divulgado revela que os danos deste conflito estão a afetar sobretudo os consumidores norte-americanos, que estão a pagar preços mais elevados pelos produtos importados, apesar de as empresas chinesas estarem a absorver parte dos custos das tarifas, em alguns casos de 25%, ao reduzir os preços das exportações.

Contudo, o relatório também demonstra que a China está a perder muito dinheiro com esta guerra comercial, transpondo ganhos para as economias de outros países, como Taiwan, México, Vietname e várias regiões da União Europeia.

Nas estimativas da agência da ONU, Taiwan poderá beneficiar em cerca de quatro mil milhões de euros de ganhos e os países da União Europeia podem obter cerca de dois mil milhões de euros nas exportações para os Estados Unidos, conseguidas pelo abandono do mercado por parte de produtos chineses.

Segundo o estudo da UNCTAD, as exportações chinesas para os EUA caíram 25%, no primeiro semestre de 2019, provocando um prejuízo de 14 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros), afetando sobretudo os setores ligados a máquinas de escritórios, equipamento de comunicações e aparelhos eletrónicos.

No mês de outubro, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que, após mais uma ronda de negociações, os dois países tinham chegado a entendimento para assinar uma primeira fase de um acordo comercial, que deverá ser assinado em breve.