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Farmacêutica dificulta acesso a medicamento que pode salvar portadores com VIH

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A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou hoje a farmacêutica Gilead Sciences de não ter cumprido a promessa de tornar acessível um medicamento que combate uma infeção mortal em pessoas portadoras do vírus da imunodeficiência humana (VIH).

“Há um ano, a Gilead anunciou uma iniciativa de acesso que prometia preços mais baixos para a anfotericina B lipossomal (L-AmB) em 116 países em desenvolvimento, mas, até à data, o medicamento permanece inacessível na maior parte deles”, explicam os MSF, em comunicado.

A nota refere que o medicamento só foi registado em seis dos 116 países e que mesmo nesses “não está disponível a um preço acessível”.

Segundo explicam os Médicos Sem Fronteiras, o fármaco é “altamente eficaz quando usado em combinação com outros medicamentos para tratar a meningite criptocócica, que é a segunda maior causa de morte de pessoas que são portadoras de VIH.

“Este medicamento foi recomendado pela Organização Mundial de Saúde como tratamento preferencial, com benefícios de segurança e menos efeitos colaterais”, indica a organização.

A meningite criptocócica é uma infeção fúngica grave do cérebro e das membranas circundantes, que causa cerca de 15% das mortes relacionadas com o VIH.

Segundo dados dos MSF, esta infeção mata anualmente mais de 180 mil pessoas, sendo que 75% das quais vivem na África Subsaariana.

A organização é responsável por programas de tratamento do VIH em vários países, nomeadamente a República Democrática do Congo, Índia, Maláui, Myanmar e África do Sul.